Economia
Garantia de ��gua � decisiva na privatiza��o

Para atrair os compradores, no processo de privatização da Companhia Hidrelétrica do Vale do São Francisco (Chesf), o governo federal terá de garantir o suprimento d?água ao Rio São Francisco. Esse suprimento virá através do projeto de transposição das águas do Rio Tocantins, que pode despejar até 280 metros cúbicos de água por segundo a partir de duas lagoas no oeste da Bahia ? essas lagoas se ligam ao São Francisco. ?Sem água não tem energia?, raciocina o prefeito Inácio Loyola (foto), primeiro a defender a venda da Chesf. Partindo desse princípio, ele analisou a proposta para a venda da empresa e concluiu que é o único caminho para o desenvolvimento da região do baixo São Francisco, que ficou à margem dos benefícios da Chesf. Avanço Crítico ferrenho da Chesf, o prefeito de Piranhas, cidade ribeirinha que sofre as conseqüências da devastação do Rio São Francisco, procura a racionalidade. ?Os prejuízos que os projetos da Chesf trouxeram para a região são irreparáveis, principalmente no que se refere à produção de peixes. A água represada retém os nutrientes e muitas espécies desapareceram do rio; outras, estão reduzidas?, disse. Embora reconheça o papel fundamental da Chesf, na alavancagem dos projetos industriais do Nordeste ? sem energia elétrica não tem indústria ? o prefeito Inácio de Loyola acredita que a privatização vai agilizar os investimentos na região. ?Quem comprar a Chesf vai precisar do rio. Para isso, terá de cuidar da preservação?, lembrou. Para o prefeito, a venda da Chesf pode significar o avanço da região no sentido do desenvolvimento sustentável. ?Outros investimentos virão, no rastro da privatização. Essa é a expectativa, todos nós pensamos assim. O que não pode é a região ficar nesse atraso, pois precisamos gerar empregos e aumentar a renda?, completou o prefeito. O projeto para privatização da Chesf, suspenso devido à crise energética, voltará ser discutido no segundo semestre, mas depois da eleição de 3 de outubro.