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Nº 5759
Economia

Plantas xer�fitas t�m voca��o industrial

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Por | Edição do dia 12/05/2002 - Matéria atualizada em 12/05/2002 às 00h00

ROBERTO VILANOVA O reflorestamento do semi-árido com plantas xerófitas, além de preservar a biodiversidade da região sertaneja, permitiria a exploração dos recursos vegetais em escala industrial; cinco tipos de plantas, já selecionadas, permitem a produção de óleo, borracha, fibras e ceras, de acordo com estudos divulgados, ainda no fim da década de 1950, pelo cientista Jayme da Nóbrega Santa Rosa. Ele concluiu que nos exemplares que constituem o revestimento florístico da área das secas, podem ser encontrados alguns tipos que apresentem valor prático, de conforme pesquisa tecnológica bem orientada. O cientista se dedicou ao estudo de cinco variedades da flora do semi-árido nordestino. São elas: faveleira, maniçoba, pinhão-bravo, flor de cera e pereiro. Vantagens No estudo, o cientista Jayme Santa Rosa destaca que os cinco vegetais fornecem produtos que podem ser industrializados, por atenderem às necessidades da vida moderna. “A grande vantagem que a utilização desses vegetais oferece, é não ocuparem as terras baixas, férteis, humosas da região. Os bons terrenos de plantação, tão escassos, devem ficar reservados às culturas de subsistência ou de alto rendimento.” “Desenvolvem-se os vegetais xerófitos em questão nos vastos trechos de solo áspero, duro, por vezes fortemente erodidos, nos altos pedregosos, nos tabuleiros pobres, que de modo geral só apresentam pequeno valor pastoril. E quando se resolver cultivá-los, por haver surgido o interesse econômico, trarão, além do mais, notável contribuição ao ambiente: não só combaterão a erosão do solo, mas proporcionarão o meio prático, lógico, de reflorestar”, acrescentou o cientista. O estudo As xerófitas são plantas resistentes à seca, porque possuem na sua estrutura mecanismos que controlam a perda de água, ou seja, minimizam essa perda. “Quando o solo é úmido, crescem geralmente devagar, mas por natureza estão adaptadas para desenvolver-se com limitado suprimento de água. Etimologicamente, xerófitas são as plantas próprias dos lugares secos; já a xeófilas são as amigas desses terrenos, ou as que se dão bem neles. O estudo do cientista Jayme Santa Rosa, que ficou nos anais dos debates sobre a solução dos problemas no semi-árido nordestino, destaca que as plantas xerófitas analisadas podem produzir óleo para fins industriais, sebos para saboarias, através da didrogenação, transformação de óleo em gordura, entre outras vantagens. O cientista estudou todas as espécies da faveleira, planta nativa do semi-árido nordestino, cuja semente contém 30% de material gorduroso. A árvore é usada na fabricação de móveis, cercados e forragem para o gado. Até a raiz da faveleira é utilizada como ração – os porcos chafurdam no pé da árvore até localizar a raiz. Outra planta destacada pelo cientista é a maniçoba, que foi levada para a África e se adaptou ao solo e ao clima do deserto africano. A planta produz cera que, industrializada, vira borracha com resistência superior à produzida pelo látex do seringal. A maniçoba é espécie em extinção em Alagoas, segundo o estudo.

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