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Nº 5759
Economia

Seca antecipa fim de safra de cana

| FERNANDO VINÍCIUS Repórter A escassez de chuva vai prejudicar a produção de cana-de-açúcar em Alagoas na safra 2005/2006, principalmente no Baixo São Francisco, encerrando prematuramente as atividades das usinas e destilarias da região. A primeira a a

Por | Edição do dia 22/12/2005 - Matéria atualizada em 22/12/2005 às 00h00

| FERNANDO VINÍCIUS Repórter A escassez de chuva vai prejudicar a produção de cana-de-açúcar em Alagoas na safra 2005/2006, principalmente no Baixo São Francisco, encerrando prematuramente as atividades das usinas e destilarias da região. A primeira a anunciar o fim da moagem foi a Penedo Agroindustrial S.A. (Paisa), empresa do Grupo Toledo. Segundo um dos proprietários, o ex-prefeito do município, Alexandre Toledo, a usina conclui seu ciclo produtivo próxima quinta-feira, dia 28. “Começamos a moagem em setembro e antecipamos o fim das atividades em dois meses”, disse Toledo. Segundo o empresário, nesta safra a usina esmagou 470 mil toneladas de cana – 282 mil toneladas a menos do que a registrada em 2004/2005. O curto período de moagem da Paisa, agroindústria que produz basicamente álcool anidro e açúcar, vai atingir diretamente cerca de 1.500 trabalhadores que atuam no campo, sobretudo cortadores de cana que ficarão sem emprego antes mesmo do final de 2005. A estiagem atrapalhou, inclusive, os planos dos fornecedores de cana, beneficiados pela alta do preço da tonelada. Incluindo o ágio, o valor da atual safra atingiu R$ 43, quantia que sofre descontos relativos aos custos com corte, carregamento e transporte da cana-de-açúcar, despesas pagas pela usina conforme negociação com o fornecedor. Durante a safra anterior, o preço por tonelada variou entre R$ 33 e R$ 34. Somente a Paisa trabalha com 1.200 fornecedores, número semelhante ao da Agroindústria Marituba, do Grupo Carlos Lyra, que conta com 1.250 fornecedores, instalada em Igreja Nova, município vizinho a Penedo. Dados fornecidos pelo agrônomo da Marituba, Shirlan de França Madeiros, responsável pelo contato direto com os fornecedores da usina, indicam redução de 30% em relação à safra 2004/2005. “Devemos parar a moagem entre os dias 18 e 20 de janeiro, com previsão de atingir 700 mil toneladas produzidas –320 mil delas de fornecedores e 380 mil é cana própria da empresa”, frisa Madeiros. Ele reconhece que as perdas maiores serão para os fornecedores por falta de acesso à irrigação de grande porte. Nove pivôs, cada um com capacidade para irrigar 350 hectares, são utilizados em canaviais da Marituba, estrutura que garantiu a produção de 60 toneladas por hectare este ano. Shirlan Madeiros acrescentou que a empresa isentou os fornecedores do pagamento do corte da cana – R$ 4 por tonelada – medida adotada pelo conglomerado industrial para todas as unidades de Alagoas.

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