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Nº 5759
Economia

Venezuela ajuda Argentina a pagar FMI

| Folhapress Buenos Aires, Argentina - Prestes a chegar à data que fixou para pagar sua dívida total com o Fundo Monetário Nacional (FMI), em 2 de janeiro, o governo argentino conta com a Venezuela para aumentar o nível de reservas. O país de Hugo Chá

Por | Edição do dia 25/12/2005 - Matéria atualizada em 25/12/2005 às 00h00

| Folhapress Buenos Aires, Argentina - Prestes a chegar à data que fixou para pagar sua dívida total com o Fundo Monetário Nacional (FMI), em 2 de janeiro, o governo argentino conta com a Venezuela para aumentar o nível de reservas. O país de Hugo Chávez já declarou a intenção de comprar US$ 495 milhões em papéis, valor nominal, segundo publicou na última semana o Diário Oficial argentino. Na sexta, anunciou-se a compra efetiva de US$ 270 milhões em Boden 2012. A compra será realizada “a preço de mercado”, segundo o texto do Diário Oficial. A Venezuela já comprou US$ 950 milhões em títulos argentinos neste ano - parte deles já foram revendidos no mercado- e prometeu comprar até US$ 2,5 bilhões. Embora a oferta seja generosa, os analistas do mercado afirmam que pode ser um bom negócio político, mas não economicamente viável trocar o FMI pela Venezuela. É que a dívida do Fundo, que poderia ser paga em até três anos, tinha juros anuais de 4,5%. Já os títulos do país vizinho pagam juros anuais de, em média, 9%. Pagamento Na semana passada, o presidente Néstor Kirchner anunciou que a Argentina vai pagar de uma só vez os US$ 9,8 bilhões que deve ao FMI. Para isso, usará as “reservas de livre disponibilidade” - nome dado ao montante da reserva depositado no Banco Central superior ao equivalente em dólar à base monetária do país. Hoje, o dinheiro circulante na Argentina, que teria que continuar respaldada pelas reservas, é de 55 milhões de pesos, ou cerca US$ 17,9 bilhões. As reservas hoje do país estão em US$ 27,6 bilhões. Para não vê-las diminuir em quase 36% com o pagamento, há rumores de que o governo contaria, além da ajuda da Venezuela, com um empréstimo que viria do governo espanhol do socialista José Luiz Zapatero. Também no mesmo sentido, o governo pretende usar para pagar o FMI fontes de recursos do tesouro e do fundo anticíclico, que desde novembro guarda o excesso de arrecadação. Superávit O boletim da balança de pagamentos do país vizinho informou que o superávit primário até novembro é de 19,6 bilhões de pesos. A estimativa é que termine o ano por volta de 3,8% do PIB (Produto Interno Bruto), acima da meta. O presidente Kirchner deu mais uma demonstração de poder político ao conseguir passar pela Câmara e pelo Senado em apenas dois dias várias leis e decretos de seu interesse. O mais urgente deles é o que autoriza a mudança da lei que rege o BC e cria as “reservas de livre disponibilidade”. Também foi prorrogada e ampliada a Lei de Emergência Econômica, editada pela primeira vez em janeiro de 2002, em meio à crise. A norma teve seu primeiro artigo modificado e dá poderes ao governo para tomar “medidas necessárias” para sair da “emergência pública”. Para a oposição, com isso, abre-se brecha para que o governo tenha mais liberdade de mudar a economia.

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