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Nº 5759
Economia

Gasolina e celular pesam mais no bolso

| Luciana Rodrigues O Globo A gasolina já pesa mais no bolso dos brasileiros do que as tarifas de ônibus. A educação na rede particular ganhou importância na inflação, assim como os lanches e a refeição fora do domicílio. Itens como a Internet, que a

Por | Edição do dia 25/12/2005 - Matéria atualizada em 25/12/2005 às 00h00

| Luciana Rodrigues O Globo A gasolina já pesa mais no bolso dos brasileiros do que as tarifas de ônibus. A educação na rede particular ganhou importância na inflação, assim como os lanches e a refeição fora do domicílio. Itens como a Internet, que antes nem eram pesquisados nas estatísticas da inflação, agora serão acompanhados pelo IBGE, que divulgou na última semana a nova ponderação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), usado nas metas do governo. A atualização no cálculo do IPCA foi feita com base na última Pesquisa de Orçamento Familiar (POF), de 2002/2003, que investigou os gastos de 48,5 milhões de famílias. Hoje, o índice reflete um perfil de gastos da POF anterior, de 1995/1996. Naquela época, a Internet era usada por pouquíssimos brasileiros (e por isso não aparecia na inflação) e os celulares tinham peso de só 0,24% nos gastos. Com a nova estrutura do IPCA, o celular entra na lista dos 20 produtos com maior participação, respondendo por 1,34% do índice. As mudanças no cálculo da inflação vão valer a partir de julho do ano que vem. Serviços bancários Enquanto alguns itens refletem novos hábitos de consumo — como a TV a cabo, que agora vai responder por 0,41% da inflação, contra 0,02% antes — outros ganharam participação porque subiram muito de preço, pesando mais no orçamento. É o caso dos serviços bancários, que saíram de 0,04% para 0,69%. “Os bancos passaram a cobrar mais e por coisas que não cobravam”, explicou Eulina Nunes, do IBGE. As tarifas de ônibus urbano, por sua vez, perderam espaço porque as vans do transporte alternativo, que são incluídas nesse grupo, puxaram o preço para baixo. A energia elétrica residencial, que era o segundo item de maior peso, viu sua participação cair, graças à redução no consumo desde o racionamento de 2001. Com isso, a gasolina foi alçada a item de maior peso da inflação. Refeições e lanches fora do domicílio ganharam relevância, com a urbanização do País e o maior número de mulheres trabalhando. O professor de matemática Alfredo Magaldi gasta R$ 600 por mês com refeições na rua e R$ 250 com celular, pois cancelou o telefone fixo em casa: “Passo o dia na rua. Dou aulas de segunda a sexta das 7h às 22h. Tomo até café da manhã fora. E uso muito o celular para trabalhar”, explica. ### Importados ficaram mais em conta GLOBO ONLINE Rio de Janeiro Do Natal do ano passado para o deste ano, o dólar perdeu 11% do seu valor em relação ao real. Por isso, os produtos que vêm de fora chegam custando menos do que em 2004. Se você costuma comer frutas importadas ou bacalhau da Noruega vai perceber que em 2005 a ceia deve ficar mais em conta. Produzidas no Brasil, as ameixas e as uvas estão com o mesmo preço do ano passado, o que já é uma boa notícia. Baixa do dólar Melhor ainda é saber que as cerejas, que muita gente gosta de espalhar sobre a mesa de Natal, ficaram até 40% mais baratas do que em 2004. “É que elas vêm do Chile. Vêm de fora porque baixou o dólar”, explicou o vendedor, em entrevista ao Jornal Nacional. Mas não adianta nada dólar em baixa, se o consumidor não pesquisar bastante. É preciso verificar com atenção os preços praticados em cada estabelecimento. O Procon de São Paulo, por exemplo, descobriu diferenças enormes nos preços dos produtos de um estabelecimento para outro. As nozes sem casca são as campeãs: o preço pode variar até 92% de um supermercado para o outro. ### Ata do Copom não indica queda de taxa Brasília, Rio e São Paulo - Mesmo com o Banco Central (BC) sob bombardeio desde a divulgação da queda de 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre, a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) indica que a instituição não cederá aos apelos para acelerar o corte na taxa básica de juros Selic e ajudar na retomada da atividade econômica. No documento, a diretoria do BC assegura que a economia opera em níveis históricos, com percepção de risco cada vez menor, e mantém o discurso segundo o qual a redução gradual dos juros tem garantido a convergência da inflação às metas de 2005 e 2006, sem sacrifício do crescimento, do emprego e da renda. “As decisões de política monetária dos últimos meses, além de conter as pressões inflacionárias de curto prazo, estão contribuindo de forma importante para a consolidação de um ambiente macroeconômico cada vez mais favorável em horizontes mais longos”, diz a ata, para concluir à frente: “A flexibilização gradual da política monetária não comprometerá as importantes conquistas obtidas no combate à inflação e na preservação do crescimento econômico com geração de empregos e aumento de renda real.” Mesmo concordando que a trajetória da inflação é de queda, a ata diz que continuará acompanhando atentamente a evolução do índice para garantir que “os ganhos obtidos no combate à inflação até o momento sejam permanentes”. O BC admite que, mesmo com o aperto de um ano na política monetária, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechará 2005 acima da meta de 5,1%. Para Silvio Campos Neto, economista-chefe do Banco Schahin, é provável que em janeiro o Copom reduza a taxa Selic em 0,75 ponto percentual. O corte maior estaria ligado ao fato de as reuniões do Copom passarem a ocorrer a cada 45 dias em 2006, e não a cada 30 dias, como até agora. Dólar cai 0,52% A semana que passou foi marcada por muito sobe-e-desce no mercado de câmbio. No balanço do período, o dólar acumulou desvalorização de 0,81%. Na sexta, o dólar comercial caiu 0,52% e fechou negociado a R$ 2,318. A proximidade do fim do ano fez muitos investidores diminuírem suas operações de câmbio. Mesmo assim, com o mercado registrando menor volume de negócios, o Banco Central deu continuidade a seu processo de intervenções no mercado. Na sexta-feira, a autoridade monetária vendeu menos de 70% dos contratos de “swap cambial reverso” ofertados. Foram vendidos apenas cerca de US$ 277 milhões desses títulos. Operadores disseram que bancos pediram taxas mais elevadas para ficar com os papéis oferecidos pelo BC - que se recusou a pagá-las. Com a venda menor que o esperado de “swap cambial reverso”, o dólar - que chegou a subir 1,37% na manhã de sexta-feira - começou a cair. O “swap cambial reverso” tem o efeito de compras de dólares no mercado futuro. Assim, representa um aumento da demanda pela moeda estrangeira e tende a favorecer a depreciação do real. Na última semana, a autoridade monetária diminuiu a oferta diária de “swap reverso” de US$ 600 milhões para US$ 400 milhões. A Bovespa encerrou o pregão da sexta-feira passada em baixa de 0,54%, aos 33.331 pontos. Na semana, o Ibovespa, principal índice da Bolsa, teve pequena elevação de 0,12%. O giro financeiro do pregão de sexta foi bastante reduzido - ficou em apenas R$ 754,2 milhões. Em dezembro, a média diária de negócios está próxima dos R$ 2 bilhões. A ação ON da Cemig foi o destaque, ao registrar valorização de 6,77%. Em seguida, ficou o papel Unit do Unibanco, que subiu 5,03%.

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