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Nº 5759
Economia

Balan�a tem super�vit recorde em 2005

| FOLHA ONLINE Apesar do câmbio desfavorável e da criticada política comercial brasileira, a balança comercial encerrou 2005 com um superávit recorde de US$ 44,764 bilhões. Trata-se do melhor desempenho do comércio exterior brasileiro da história. Em 2

Por | Edição do dia 03/01/2006 - Matéria atualizada em 03/01/2006 às 00h00

| FOLHA ONLINE Apesar do câmbio desfavorável e da criticada política comercial brasileira, a balança comercial encerrou 2005 com um superávit recorde de US$ 44,764 bilhões. Trata-se do melhor desempenho do comércio exterior brasileiro da história. Em 2004, outro ano de recordes, a balança teve resultado de US$ 33,66 bilhões. O resultado mostra que a balança comercial brasileira continua a financiar o déficit brasileiro nas transações com o restante do mundo, conta essa que engloba todos os envios de dinheiro de juros, dividendos, royalties, entre outros, para o exterior. Ao longo do ano, exportadores criticaram a política cambial do Banco Central que manteve o dólar na casa de R$ 2,20, tornando os produtos brasileiros caros e menos competitivos no exterior. O País foi ainda fortemente criticado por manter uma política externa considerada agressiva do ponto de vista retórico, que pouco resultado prático trouxe para o comércio. No ano passado, as exportações somaram US$ 118,3 bilhões, acima inclusive das previsões do governo, que esperava um saldo de US$ 117 bilhões. As importações, por sua vez, ficaram na casa de US$ 73,5 bilhões apesar do baixo valor relativo do dólar norte-americano que costuma estimular as compras de produtos importados. O resultado da balança supera as previsões do mercado financeiro, que apostava em um saldo comercial de US$ 44,16 bilhões para o ano passado, segundo o boletim Focus. Os números foram divulgados ontem pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Dezembro Em dezembro de 2005, o superávit foi de US$ 4,3 bilhões, acima dos US$ 3,5 bilhões de dezembro de 2004. As exportações totalizaram US$ 10,897 bilhões e as importações, US$ 6,551 bilhões. Para 2006, a expectativa do ministro do Desenvolvimento Luiz Fernando Furlan, é que as exportações batam em US$ 132 bilhões. O Banco Central espera superávit de US$ 35,5 bilhões. Mercado O mercado financeiro elevou um pouco mais suas projeções e aposta em um saldo comercial de US$ 44,16 bilhões para 2005, segundo o boletim Focus que traz a última pesquisa semanal realizada pelo Banco Central no ano que passou. As projeções para 2006 também foram revisadas pelos analistas, que apostam agora em um saldo comercial de US$ 36,98 bilhões, contra uma previsão de US$ 36,90 até a semana anterior. ### Exportações ajudam as contas externas Desde a desvalorização do real em 1999, o Brasil tenta financiar as suas transações com o restante do mundo por meio da balança comercial, conta resultante da diferença entre importações e exportações. Para obter um desempenho comercial positivo, o país tenta vender cada vez mais para o exterior. A balança comercial, por sua vez, é apenas um item de uma conta maior de todas as transações do país com o exterior, o balanço de pagamentos. Nesta conta, entra ainda a balança de serviços, que é a diferença entre o que o país envia ao exterior e recebe em diversos serviços, como transportes, seguros e viagens. A conta é sempre deficitária no Brasil. O valor mais importante dos serviços é o pagamento de juros da dívida externa. Além das balanças comercial e de serviço, entra ainda no balanço de pagamentos as transferências unilaterais, dinheiro que é enviado ao exterior ou recebido pelo país de forma espontânea. No caso brasileiro, a conta é superavitária, graças, principalmente, ao dinheiro que os brasileiros residentes no Japão mandam para cá. Finalmente, o balanço de pagamentos inclui a conta de capitais, que agrupa os investimentos estrangeiros no Brasil e empréstimos e financiamentos tomados por brasileiros no exterior – ou seja, dinheiro que ingressa no País em busca de lucros ou juros. FURLAN O ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, projeta exportações de US$ 132 bilhões em 2006, o que corresponderia a um aumento de 11,6% neste ano. Apesar de menor do que a variação das vendas nos últimos dois anos (de 30% em 2004 e de 23% no ano passado), Furlan afirmou que esse resultado ainda continuará “acima da média das exportações mundiais”. Além disso, ele disse que a projeção leva em conta projeções “conservadoras” para o câmbio, que tende a ficar neste ano em patamar superior ao de 2005. “As exportações vão continuar crescendo, e as empresas estão motivadas. Claro que a valorização do câmbio pode ajudar em previsões mais otimistas no meio do ano”, disse o ministro. O ministério não divulgou uma projeção fechada para as importações, mas Furlan voltou a dizer que a “tendência é de crescimento superior ao das exportações, ao redor dos 20%”. Isso aconteceria, segundo ele, por causa da recuperação do mercado interno. O ministro também reafirmou que o Brasil “não precisa” de saldos comerciais tão robustos como o registrado no ano passado (de US$ 44, 764 bilhões) e que isso não é prioridade para o governo.

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