São Paulo - O aumento de 4,35% do diesel nas refinarias terá um impacto de 0,03% e 0,79% nos custos do transporte rodoviário de cargas. Isso significa que as empresas de transporte de cargas deverão reajustar o frete em R$ 0,60 e R$ 1,07 por mil toneladas a cada quilômetro. Os cálculos são do Departamento de Custos Operacionais e de Pesquisas Econômicas da Associação Nacional do Transporte de Cargas (Decope/NTC). Na bomba, o reajuste previsto será de 3,7%. O preço do combustível deverá chegar a R$ 1,0057 o litro, contra os R$ 0,9898 praticados anteriormente. Segundo a NTC, os maiores aumentos de custo em toneladas por quilômetro deverão ocorrer no transporte feito por veículos médios que transportam carga fracionada leve. Os menores custos deverão ocorrer nos veículos pesados de três eixos utilizados no transporte de produtos pesados. No índice INCT-Fipe/USP, que apura os custos do transporte rodoviário de cargas, o peso do diesel fica em torno de 9%. Os sucessivos aumentos desse combustível, de acordo com os transportadores, têm elevado os custos das empresas. Para as que operam em transporte de longas distâncias (de até 6 mil quilômetros), o diesel já responde por quase um terço dos custos operacionais das carretas de dois eixos. Desde o Plano Real, o diesel acumula alta de 195,79%, sendo 11,4% este ano, segundo a NTC. Embora a associação informe que as transportadoras deverão reajustar os fretes, o fato é que as empresas estão com dificuldade de repassar qualquer aumento para os embarcadores de carga por causa do excesso de oferta de serviços de transporte. Em março, a NTC informou que aumentaria os fretes em 20%, mas profissionais do setor afirmam que têm dificuldades para conseguir esse reajuste.