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Nº 5759
Economia

Governo quer �lcool com pre�o de 2003

| PATRÍCIA ZIMMERMANN Folha Online O governo vai tentar convencer os empresários da agroindústria canavieira a reduzirem o preço do álcool anidro (aquele misturado à gasolina) de aproximadamente R$ 1,09 cobrado hoje das distribuidoras para R$ 1 antes de

Por | Edição do dia 07/01/2006 - Matéria atualizada em 07/01/2006 às 00h00

| PATRÍCIA ZIMMERMANN Folha Online O governo vai tentar convencer os empresários da agroindústria canavieira a reduzirem o preço do álcool anidro (aquele misturado à gasolina) de aproximadamente R$ 1,09 cobrado hoje das distribuidoras para R$ 1 antes de fazer qualquer intervenção no mercado para forçar uma queda nos preços. A informação é do secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, Nelson Hubner, que participou na manhã de ontem de reunião com o ministro da Fazenda em exercício, Murilo Portugal, e técnicos do Ministério da Agricultura. Segundo Hubner, a redução que será proposta em reunião provavelmente na próxima semana pretende restabelecer o valor de R$ 1, que teria sido acertado pelos próprios produtores de álcool em um acordo fechado com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2003 durante a entressafra. “Vamos tentar é manter o acordo que os usineiros já têm com o presidente desde 2003, que é no período de entressafra manter o preço de R$ 1”, disse o secretário. O álcool anidro é hoje um pouco mais caro que o hidratado, aquele utilizado pelo consumidor para abastecer o veículo. Segundo a Agência Nacional de Petróleo, em dezembro o álcool hidratado custou em média R$ 1,55 na bomba – o valor maior deve-se às despesas com o transporte e comercialização e à margem de lucro de distribuidoras e postos. Cide Enquanto o governo ainda tenta marcar o encontro com os produtores para discutir o assunto, os técnicos da Fazenda, Minas e Energia e Agricultura calculam os impactos de cada possível ação do governo no mercado e na arrecadação da Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico). “A gente acha que vai conseguir”, disse Hubner, referindo-se a uma solução negociada com o setor. Mas caso não haja acordo, o governo terá como segunda opção todo um estudo pronto para a redução da quantidade de álcool misturada à gasolina (de 25% para 20%), o que deverá representar uma sobra de 100 milhões de litros de álcool por mês nos estoques, reduzindo a pressão de preços. “É muito mais especulativo esse aumento aí, em função de uma pressão de demanda que houve em dezembro”, avaliou o secretário-executivo. A possível mudança no valor da Cide sobre a gasolina (hoje em R$ 0,28 por litro) seria uma medida compensatória que ao mesmo tempo evitaria a alta do preço da gasolina, já que o álcool (mais barato e com Cide zero) teria menor participação na sua composição, e também para manter a arrecadação no patamar atual. “Não é interesse do governo aumentar a arrecadação”, explicou. O diretor do departamento de Cana-de-Açúcar e Agroenergia do Ministério da Agricultura, Ângelo Bressan, que também participa da reunião no Ministério da Fazenda, preferiu não comentar o andamento das discussões. Ele apenas descartou o risco de desabastecimento de álcool nos próximos meses, já que a próxima safra deverá começar em março e o estoque atual do produto seria de 4 bilhões de litros para um consumo mensal de 1,2 bilhão. “Não há problema de estoque, o problema é o preço”, resumiu.

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