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Nº 5759
Economia

AL leva vantagem em vendas para EUA

| PETRÔNIO VIANA Repórter O Estado de Alagoas está vencendo uma batalha com Pernambuco pelas exportações de açúcar para os Estados Unidos. A informação é do presidente do Sindicato dos Produtores de Açúcar e Álcool do Estado (Sindaçúcar-AL), Pedro Robé

Por | Edição do dia 13/01/2006 - Matéria atualizada em 13/01/2006 às 00h00

| PETRÔNIO VIANA Repórter O Estado de Alagoas está vencendo uma batalha com Pernambuco pelas exportações de açúcar para os Estados Unidos. A informação é do presidente do Sindicato dos Produtores de Açúcar e Álcool do Estado (Sindaçúcar-AL), Pedro Robério Nogueira. Segundo Nogueira, os norte-americanos produzem cerca de 4 milhões de toneladas de açúcar de beterraba por ano e importam mais 1,5 milhão de toneladas de outros países. O Brasil entra nesse rateio com 13% do total. No Brasil, um acordo conhecido como cota americana determina que a exportação de açúcar para os Estados Unidos seja feita exclusivamente pelos estados do Nordeste. O Ministério da Agricultura, responsável pela partilha da cota de exportações, leva em consideração a percentagem da produção por unidade produtora, eliminando o conceito estadual. Esse critério deixa o Estado de Alagoas com 52% da cota, uma vez que a produção no Estado representa a metade do que é produzido na região. Os produtores de Pernambuco discordam desse critério. Na opinião deles, Pernambuco deveria controlar 55% da cota, mesmo com uma produção inferior a de Alagoas. Pernambuco detém hoje 42% da cota, porcentagem ainda superior ao que determina o critério do ministério. O Estado deveria, a rigor, participar em apenas 32% da partilha. De acordo com o presidente do Sindaçúcar-AL, Pedro Robério Nogueira, o Tribunal Regional Federal da 5ª Região, com sede em Recife, negou nesta semana o último recurso dos produtores pernambucanos, que buscavam o aumento da participação do Estado na cota americana. Os pernambucanos alegavam motivos sociais para o aumento da participação na cota, argumentando que o Estado emprega mais pessoas no setor do que Alagoas. “Se isso é verdade, e eu acredito que seja, mesmo assim a cota ainda é mais importante para Alagoas. Qualquer trepidação no setor afeta mais os alagoanos. Além disso, nossos índices sociais são piores que os de Pernambuco. Pelo critério social, nós também precisamos mais da cota que eles”, lembrou Nogueira. O Sindaçúcar-AL pressiona agora o Ministério da Agricultura para que seja publicada uma portaria com os critérios da divisão. “Pelos pontos de vista processual e político, o Ministério está livre para deliberar”, disse Nogueira. ### Produtores alegam queda na produção O ano de 2005 não foi dos melhores para o setor sucroalcooleiro alagoano. Essa é a conclusão do presidente do Sindicato dos Produtores de Açúcar e Álcool do Estado (Sindaçúcar-AL), Pedro Robério Nogueira. Segundo Nogueira, houve uma queda na produção da cana-de-açúcar no ano passado. Na safra anterior, referente a 2004 e 2005, foram produzidas cerca de 26 milhões de toneladas de cana no Estado. No período de 2003 a 2004, foram 29 milhões de toneladas. Para 2005 e 2006, a produção não deverá ultrapassar os 22,5 milhões de toneladas, uma redução de cerca de 12%. Outros produtos derivados da cana-de-açúcar também sofreram uma queda de 10%. A redução foi causada, segundo Nogueira, por razões climáticas. No mês de outubro de 2005, a previsão era de que o Estado poderia demorar duas ou três safras para recuperar a produção, mas com as chuvas que caíram nos últimos dois meses, a perspectiva é de que a produção recupere o ritmo normal em apenas um ano. “Ainda é cedo para dizer, mas se as chuvas se mantiverem em março e abril e voltarem em setembro, a produção pode voltar ao normal, entre 26 e 26 milhões de toneladas de cana-de-açúcar”, avaliou Nogueira. A queda no faturamento do setor também ficou em torno de 10%. Nogueira calcula uma perda de cerca de R$ 1,8 bilhões. Empregos O índice de empregos gerados com a atividade no Estado não sofreu redução. Cerca de 110 mil pessoas trabalham no setor nos períodos de safra e outras 80 mil durante a entressafra. O Sindaçúcar-AL ainda busca cumprir o Termo de Ajustamento de Conduta firmado com o Ministério do Trabalho. Segundo o acordo, os produtores deverão implantar, nos próximos dois anos, refeitórios e sanitários móveis. O transporte dos trabalhadores sentados deve começar a ser feito já na próxima safra. ### Expectativa é exportar cerca de 100 mil toneladas este ano Devido aos fenômenos climáticos que ocorreram nos Estados Unidos no ano passado, como o furacão Katrina, o país vai aumentar o volume de importações de açúcar em 2006. A perspectiva do Sindaçúcar-AL é de que o Estado exporte cerca de 100 mil toneladas para os Estados Unidos em 2006. Nos Estados Unidos, o preço do açúcar chega a custar quase o dobro do que no resto do mundo. No mercado mundial, a tonelada do produto custa cerca de U$S 280, enquanto nos Estados Unidos a tonelada do produto chega a U$S 480. ÁLCOOL O Estado de Alagoas produziu, na última safra da cana-de-açúcar, 700 milhões de litros de álcool combustível. Desse total, 480 milhões de litros foram exportados e mais de 200 milhões ficaram no mercado brasileiro. Nesse período, Alagoas consumiu cerca de 40 milhões de litros. Os principais estados compradores do álcool alagoano são Pernambuco, Sergipe e Bahia, onde já existe competição com os produtores do Centro-Sul do País. Os estados do Nordeste não foram convidados a participar da reunião que discutiu o acordo dos usineiros, realizada ontem, em Brasília. O governo federal tenta negociar com os produtores do Centro-Sul uma solução para o aumento dos preços do álcool combustível na região e para impedir uma alta maior durante a entressafra. A discussão busca um preço competitivo para o mercado nacional, equalizando os valores cobrados no Centro-Sul com os preços do Nordeste. Caso haja redução do percentual de álcool misturada à gasolina, de 25% para 20%, seria necessária uma redução da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) para evitar aumento dos combustíveis. Os usineiros nordestinos cobram o repasse, a partir da Cide, do reforço de caixa para os produtores. |PV

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