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Nº 5759
Economia

Cr�ticas de Levy n�o afetam investidores

| Fabrício Vieira Folhapress São Paulo - O mal-estar causado pelas declarações de Joaquim Levy (Tesouro), sobre a demora na redução da taxa de juros no País, não chegou a trazer turbulência ao mercado financeiro, como alguns analistas temiam. A Bolsa de

Por | Edição do dia 15/01/2006 - Matéria atualizada em 15/01/2006 às 00h00

| Fabrício Vieira Folhapress São Paulo - O mal-estar causado pelas declarações de Joaquim Levy (Tesouro), sobre a demora na redução da taxa de juros no País, não chegou a trazer turbulência ao mercado financeiro, como alguns analistas temiam. A Bolsa de Valores de São Paulo subiu 0,33% na última sexta-feira. O risco-país chegou, ficou em baixa de 1%, aos 286 pontos. “O mercado não se preocupou [com as declarações de Levy], não deu muita atenção. Não é a primeira vez que há esses atritos entre membros [do governo]”, diz Maristella Ansanelli, economista-chefe do banco Fibra. No pregão da BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros), as projeções recuaram mais um pouco, com o mercado dividido entre a possibilidade de a taxa básica Selic ser cortada em 0,50 ponto ou 0,75 ponto porcentual. No contrato Depósito Interfinanceiro (DI) que vence na virada do mês - e espelha a expectativa em relação à decisão do Copom - a taxa caiu de 17,53% para 17,50%. Nos dias que antecedem as reuniões do Copom - especialmente quando há divergências de opiniões em relação à decisão a ser tomada - há forte aumento no giro dos contratos DI de prazo de vencimento mais curto. Em dezembro, o giro financeiro desses contratos saiu de uma média de R$ 12 bilhões, nos primeiros dias do mês, para R$ 96,5 bilhões, a três dias da reunião do Copom. O volume negociado pelos contratos DI que vencem na virada do mês foi a R$ 50,3 bilhões. No dia 11, esse contrato movimentou R$ 17 bilhões. Operadores explicam que é normal investidores montarem mais de uma posição - ou seja, deter um papel que projete queda de 0,50 ponto e outro de 1 ponto, por exemplo - como forma de se defenderem de surpresas nos momentos em que a decisão a ser tomada não parece tão óbvia. Na reunião de dezembro, dois membros do Comitê de Política Monetária (Copom, formado por diretores e o presidente do BC) votaram a favor de um corte de 0,75 ponto percentual na taxa Selic. Os outros votaram por uma redução de 0,50 ponto. A Selic - que serve de referência para as outras taxas praticadas no mercado - caiu de 18,50% para 18%. O Copom se reúne na nesta semana para definir como fica a taxa básica da economia. Nos últimos dias, chegou-se a falar, no mercado, que o presidente Lula teria “exigido” que a Selic caísse 1 ponto neste mês. Não foi a primeira vez que boatos sobre uma hipotética pressão do governo para que os juros caíssem mais fortemente corresse pelas mesas de operações nos dias que antecedem o encontro do Copom. “Realmente há discussões e pressões de todos os lados sobre o Copom, mas duvido que haja ingerência [na definição da Selic]. Não é de hoje que aparecem esses boatos”, afirma Adauto Lima, economista do banco WestLB. A Bovespa movimentou na última sexta-feira R$ 1,74 bilhão, um pouco acima da média diária de 2005 (R$ 1,61 bilhão). Na semana, o Ibovespa (principal índice da Bolsa) teve valorização de 1,19%. Dos 57 papéis do Ibovespa, o ON da Sabesp foi o que mais subiu na semana (13,54%), seguido por Cesp PN (8,97%). Dentre as ações que mais caíram, ficaram Sadia PN (-11,31%) e Souza Cruz ON (-6,34%).

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