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Nº 5759
Economia

Taxa de juros dos EUA passa para 4,5%

| Vinícius Albuquerque Folhapress São Paulo - O Federal Reserve (Fed, o BC americano) elevou ontem sua taxa de juros para 4,5%, 14º aumento consecutivo da taxa - e legado que o presidente do banco, Alan Greenspan, irá deixar a seu sucessor, Ben Bernanke

Por | Edição do dia 01/02/2006 - Matéria atualizada em 01/02/2006 às 00h00

| Vinícius Albuquerque Folhapress São Paulo - O Federal Reserve (Fed, o BC americano) elevou ontem sua taxa de juros para 4,5%, 14º aumento consecutivo da taxa - e legado que o presidente do banco, Alan Greenspan, irá deixar a seu sucessor, Ben Bernanke. A economia norte-americana registrou desaceleração no trimestre passado, mas os dados sobre inflação continuam sob o controle do Fed. O Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas produzidas por um país) teve crescimento anualizado de 1,1% no período - menor ritmo desde o mesmo período de 2002 e acentuada desaceleração em relação ao registrado no terceiro trimestre de 2005, 4,1%. O resultado refletiu os efeitos da passagem dos furacões Katrina e Rita pelas regiões do país onde se concentra a produção das plataformas petrolíferas e das refinarias americanas -o Estado do Texas e o golfo do México. Os furacões provocaram interrupções de produção, o que afetou o fornecimento e os preços dos combustíveis, pressionando a inflação e retraindo os gastos dos consumidores. A desaceleração veio acompanhada de uma alta de 2,6% nos preços no país no trimestre passado. O índice é menor que o registrado no trimestre imediatamente anterior, quando a alta foi de 3,7%. O núcleo da inflação, que exclui os preços de alimentos e energia, teve, no entanto, aumento de 2,2%, contra 1,4% registrado no terceiro trimestre -o que mostra que a inflação está contaminando outros preços. O dado sobre confiança do consumidor divulgado ontem mostrou um avanço neste mês, indo para 106,3 pontos neste mês, contra 103,8 pontos (dado revisado) do mês anterior, segundo pesquisa do instituto privado The Conference Board. O principal fator a influenciar a confiança do consumidor foi o otimismo quanto ao mercado de trabalho. Levando-se em conta o cenário de dezembro do ano passado apresentado no início deste mês, no entanto, o otimismo não chega a se justificar. Foram criados 108 mil postos de trabalho no mês passado, muito abaixo dos 305 mil registrados em novembro. A expectativa dos economistas é de que o Fed entenda o fraco desempenho na criação de empregos no mês passado como um sinal de ligeira desaceleração econômica, o que poderia antecipar o fim do ciclo de altas de juros. Em junho de 2004, o Fed começou a elevar seus juros (que então estavam em 1% ao ano) para tentar coibir pressões inflacionárias em uma economia que começava a recuperar força. Desde então, o banco aumentou os juros em 0,25 ponto percentual em cada uma das 14 reuniões realizadas até ontem. Ben Bernanke, que foi confirmado ontem na presidência do Fed pelo Senado norte-americano, afirmou, quando foi indicado pelo presidente dos EUA, George Bush, que sua prioridade será “continuar com as políticas e estratégias estabelecidas durante os anos Greenspan” -ou seja, deve manter sua atenção sobre os dados inflacionários, sem descuidar dos números sobre criação de empregos. As Bolsas norte-americanas operaram em queda ontem, após a divulgação do Fed que diz que “algum aperto adicional da política” monetária do banco pode ser necessário para conter pressões inflacionárias. O comunicado foi entendido como um aviso de que o ciclo de altas de juros no país pode não estar perto do fim. “Possíveis aumentos na utilização de recursos, bem como preços elevados da energia, têm o potencial de aumentar as pressões inflacionárias”, diz o comunicado. “O Comitê [de Política Monetária, ou Fomc, na sigla em inglês] julga que algum aperto adicional da política possa ser necessário para manter os riscos à observação tanto do crescimento econômico sustentável e da estabilidade de preços perto do equilíbrio”.

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