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Nº 5759
Economia

Novo empreendimento anima lojistas

FÁBIA ASSUMPÇÃO Repórter Dentro de algumas semanas, uma das maiores redes de lojas de departamentos do País, a C&A, vai abrir uma filial bem no Centro de Maceió, exatamente na Rua Boa Vista. A chegada da loja é comemorada pelos lojistas do Centro,

Por | Edição do dia 05/02/2006 - Matéria atualizada em 05/02/2006 às 00h00

FÁBIA ASSUMPÇÃO Repórter Dentro de algumas semanas, uma das maiores redes de lojas de departamentos do País, a C&A, vai abrir uma filial bem no Centro de Maceió, exatamente na Rua Boa Vista. A chegada da loja é comemorada pelos lojistas do Centro, que sabem que a instalação de empreendimentos de grande porte trazem de volta os consumidores de classe média, que haviam se afastado do comércio. Os novos ventos que sopram no comércio são reflexos direto do projeto de Requalificação do Centro. Mesmo antes da conclusão da primeira etapa, no final do ano passado, lojas de grifes famosas que antes só se instalavam nos shoppings começaram a vislumbrar as vantagens de se instalar no Centro. A lojista Teresa Teixeira, dona de uma das lojas mais antigas instaladas no Centro, a São Luiz, disse que tudo melhorou depois da requalificação, o que a estimulou até a investir numa grande reforma no prédio. Como ela, outros antigos lojistas do Centro estão tomando a mesma iniciativa. Teresa diz que antes da requalificação, mal dava para ver a fachada das lojas por causa das barracas dos camelôs. Ela disse que a chegada de grandes lojas, como a C&A, no Centro, são bem-vindas. “Essas lojas grandes servem como suporte para trazer mais clientes para o Centro”, disse. Ela lembra que a antiga Lojas Brasileiras, na Rua do Comércio, era o ponto de atração de muitas pessoas para o comércio. Para a lojista, valeu a pena os transtornos enfrentados durante o período da obra. Os vendedores de uma loja de sapato ao lado da futura C&A também estão animados com a perspectiva de ganhar mais clientes. “Tem gente que vai comprar roupa lá e vai querer escolher um sapato aqui na loja”, diz o responsável pela loja de sapatos, Fábio Barreto. Para ele, a requalificação contribuiu para aumentar o movimento da loja nas festas de fim de ano. Calçadas livres de camelôs, áreas com bancos para descansar da correria entre as compras e um ambiente mais arejado fizeram muitas pessoas optarem por fazer a compras no Centro. “Os clientes comentam que a reforma melhorou o Centro”, diz Barreto. ### Imóveis do Centro tiveram valorização de até 100% Os novos investimentos no Centro acabaram inflacionando o preço dos imóveis na região, como atesta o próprio presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Maceió (CDL), Wilson Barreto. “Houve uma valorização dos imóveis em torno de 50% e em alguns casos de até 100%”, afirma Barreto. Ele disse que a requalificação está tornando o comércio do Centro um verdadeiro shopping a céu aberto. Isso também contribuiu para o “boom” de vendas registrado no fim do ano passado. Atualmente, existem no comércio cerca de 1.100 lojas instaladas. Barreto garante que ainda há espaço para instalação de mais lojas, em áreas, por exemplo, que são utilizadas hoje como estacionamento. A coordenadora do Projeto de Requalificação do Centro, Gardênia Caetano, disse que as melhorias no comércio provocaram uma mudança no comportamento dos próprios lojistas. Ela diz que essa mudança não foi apenas na parte física das lojas, mas também na modernização do atendimento ao cliente. “Algumas lojas não recebiam cartões de crédito ou não tinham maquinetas para débito automático. Hoje, os lojistas já estão investindo nisso”. centro financeiro O presidente da CDL destaca a importância do Centro para a economia da cidade. Além de concentrar um grande número de lojas, é também o centro financeiro da cidade, onde está instalado grande número de agências bancárias. Wilson Barreto enfatiza ainda a iniciativa do governo do Estado de instalar o Centro Administrativo, que decidiu reunir a maioria dos órgãos públicos no Centro, mesmo caminho seguido pela Prefeitura de Maceió. “Existe ainda o projeto para aproveitamento dos sobrados como residências”. Ele salienta, no entanto, que é preciso atrair investimentos na área de lazer, como cinemas, para que o comércio possa também reativar sua vida noturna. |FAS ### Comerciantes cobram término de requalificação Lojistas do comércio esperam agora que a requalificação do Centro prossiga nas Ruas Moreira Lima, Livramento e Boa Vista, para que os outros comerciantes também sejam beneficiados. Enquanto os lojistas da área já concluída do projeto comemoram os novos tempos, os das áreas ainda não requalificadas enfrentam velhos problemas: invasão dos ambulantes, calçadas quebradas e muita sujeira. BRASÍLIA Na semana passada, o presidente da CDL, Wilson Barreto, acompanhado do deputado Givaldo Carimbão (PSB), teve uma reunião com o ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Jaques Wagner, que prometeu incluir no orçamento da União ainda deste ano pelo menos R$ 7 milhões para que o projeto de requalificação possa ser reiniciado. “Só que esses recursos têm que ser liberados até maio, por causa do período eleitoral”, observa Wilson Barreto. Toda a obra é orçada em R$ 50 milhões. Wilson Barreto acredita que essa segunda etapa deve ser concluída de forma mais ágil, porque a parte de infra-estrutura estar pronta. Prédio histórico Com o projeto de Requalificação, a beleza do Centro de Maceió vai se revelando aos poucos. Fachadas de prédios de grande expressão arquitetônica, antes encobertas por marquises de gosto duvidoso, estão agora sendo mostradas. Mas, um pouco da história do bairro também vai se perdendo aos poucos. Um dos prédios onde está sendo construída a nova Loja C&A [que deve ser inaugurada no dia 27 de abril e vai gerar cerca de 150 empregos diretos e mais 50 indiretos] foi sede de um dos jornais mais antigos do Estado, o Jornal de Alagoas, cuja última edição circulou em meados de julho de 1993. De acordo com o projeto apresentado pela loja à prefeitura, a fachada do antigo prédio será mantida. Para o jornalista Valmir Calheiros - que foi editor do antigo jornal, onde trabalhou durante uma década - mesmo não sendo tombado pelo patrimônio histórico, o prédio deveria ser preservado. Intelectuais Fundado em 31 de maio de 1908, pelo prédio do jornal passaram, de acordo com Valmir, os mais importantes intelectuais do Estado de Alagoas, como Graciliano Ramos, Jayme de Altavilla, Aurélio Buarque de Hollanda e até o escritor paraibano José Lins do Rêgo. O jornal foi fundado por Luís Silveira. Mas, na década de 30, passou para as mãos do Diários Associados e teve como primeiro diretor o senador Arnon de Mello. “Nessa época, foi realizada uma reunião no Jornal de Alagoas, que resultou na criação do Sindicato dos Jornalistas da redação”. O jornalista Valmir Calheiros também lembra que foi no prédio do antigo jornal que foram realizadas as primeiras reuniões para se organizar as festas de carnaval de rua de Maceió. Durante alguns anos o carnaval de rua da capital alagoana atraiu milhares de pessoas para o Centro de Maceió. FAS

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