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Nº 5759
Economia

Acordo pode beneficiar outros setores

| Maria Lima O Globo Cotonou, Benin - O ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, disse na última sexta-feira na África, onde acompanha o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que o acordo têxtil assinado na quinta-feira com a China pode abrir

Por | Edição do dia 12/02/2006 - Matéria atualizada em 12/02/2006 às 00h00

| Maria Lima O Globo Cotonou, Benin - O ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, disse na última sexta-feira na África, onde acompanha o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que o acordo têxtil assinado na quinta-feira com a China pode abrir caminho para a negociação de outros acordos, no setor de calçados e brinquedos, por exemplo. Segundo o ministro, o acordo que regula a importação de produtos, principalmente sintéticos, confecções e roupas de inverno, coloca a bom termo um antigo contencioso de forma amistosa, o que pode ser um bom exemplo para outros setores. “Nosso compromisso com os chineses é sempre buscar a negociação antes de partir para salvaguardas nos organismos internacionais. Temos muitas reclamações nos setores de calçados e brinquedos e informamos isso aos chineses. Numa etapa posterior vamos negociar isso. O que eles alegam é que nunca fizeram um acordo desse tipo, fora dos têxteis, com outros países”, disse Furlan. Em relação à exigência dos chineses de serem reconhecidos como economia de mercado, Furlan disse que reafirmou a eles que essa parte do acordo só será conversada quando os chineses cumprirem sua parte na área de investimentos, como a compra de aviões da Embraer e uma grande lista de produtos agrícolas. Um dos interesses da China em investimento no Brasil é a parceria da siderúrgica Bao Steel com a Vale do Rio Doce para a construção de um projeto em São Luiz, no Maranhão. “O problema é que esse projeto está empacado por questões locais, políticas e de retirada dos colonos. A gente está perdendo tempo. Um projeto desses não pode ser emperrado”, disse Furlan. A Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) considerou “positivo” o acordo que foi fechado em Pequim, sobre a restrição voluntária de importações de produtos têxteis chineses para o Brasil. “O acordo não foi o ideal, mas consideramos positivo uma vez que atendeu oito categorias de produtos que sofreram fortemente com as importações chinesas no último ano”, afirmou, em nota, Fernando Pimentel, diretor-superintendente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção. Segundo ele, outro ponto importante é que o texto também não elimina a possibilidade de uso de salvaguardas para outras categorias. De acordo com Fernando Pimentel, tão importante quanto a celebração do acordo é a rápida implantação dele, “para que não ocorra um hiato de tempo e uma conseqüente corrida de embarques”. Os ministros dos dois países devem assinar o texto final do acordo em 30 dias.

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