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Nº 5759
Economia

A sobreviv�ncia do caos: em Alagoas 200 mil vivem na informalidade

ROBERTO VILANOVA No sinal fechado do trânsito eles vendem chiclete, frutas e feijão verde; nas calçadas da orla da Pajuçara e do Sobral, ou nas feiras livres no Interior, elas vendem o corpo; outros vivem de biscates, improvisando serviços. Assim, todo

Por | Edição do dia 19/05/2002 - Matéria atualizada em 19/05/2002 às 00h00

ROBERTO VILANOVA No sinal fechado do trânsito eles vendem chiclete, frutas e feijão verde; nas calçadas da orla da Pajuçara e do Sobral, ou nas feiras livres no Interior, elas vendem o corpo; outros vivem de biscates, improvisando serviços. Assim, todos os dias, mais de 200 mil alagoanos, ou 31% da mão-de-obra ativa do Estado, saem às ruas tentando sobreviver no comércio informal, segundo o censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. Eles são os sobreviventes do caos social, no Estado que tem as maiores taxas de desemprego, analfabetismo e mortalidade infantil no País. Os indicadores econômicos e sociais negativos exigem dos alagoanos criatividade – quem tem sofre menos. Mas o que antes se restringia a Maceió estendeu-se ao Agreste e ao Sertão, onde o comércio formal já começa a enfrentar problemas com os ambulantes; em Arapiraca existem doze camelôs para cada estabelecimento comercial registrado na Junta Comercial e cinco favelas surgiram nos últimos dez anos. O secretário municipal de Cultura, Zezito Guedes, dispara: “É o preço do caos”. O gênio Cinco rodas de bicicleta, o guidom, o pedal e a idéia iluminada do sertanejo Luiz Tavares, 42, são o exemplo recente da criatividade do alagoano na luta para sobreviver ao desemprego. Ex-operário da fábrica de Delmiro, ele é dono de cinco carrinhos de cachorro-quente, construídos com acrílico e tração a pedal; a idéia surgiu ao descobrir que, circulando pela cidade, faturava mais – antes era fixo. Tavares vende 400 cachorros- quentes por dia, a 50 centavos a unidade, e trabalha de domingo a domingo, usando como mão-de-obra a família e quatro agregados que recebem comissão de 20% sobre o apurado.

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