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quinta-feira, 27/02/2025 | Ano | Nº 5913
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Ex-gar�om sobrevive quebrando pedras

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Maravilha - Tem uma pedra no caminho do alagoano José Milton, 32; na verdade, tem uma pedreira. Ex-garçom do Lampião, tradicional barraca de forró na orla marítima de Maceió, desempregado, hoje ele sobrevive quebrando pedras em Maravilha, distante 200 quilômetros da capital, e compõe o universo dos 31% dos alagoanos que sobrevivem à margem do mercado formal de trabalho. Milton trocou a caneta e a caderneta para comando dos pedidos dos clientes do Lampião – a maioria turistas – pela marreta; no lugar da calça preta e camisa branca, hoje usa botas, óculos escuros e chapéu coberto por capuz para se proteger dos fragmentos de pedras que lhe atingem o corpo a cada marretada. Da rocha ele retira a brita, o meio-fio e o paralelepípedo para a construção civil. Clientela Desempregado, sem opção de sobreviver em Maceió, José Milton pensou em ir embora para São Paulo, mas desistiu. “Poderia até arranjar emprego, mas nunca iria me sentir seguro, a qualquer momento estaria sujeito a ser demitido, como aconteceu em Maceió”, disse, justificando a opção pelo trabalho na pedreira. “Aqui é meu, ninguém vai me demitir”. O ex-garçom juntou a indenização do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço – FGTS - e as economias que fez nos dois anos em que trabalhou em Maceió e comprou do tio o Sítio Laje do Merêncio, à beira da rodovia que liga os municípios de Maravilha a Ouro Branco. Produz brita, que vende a 60 centavos a lata, meio-fio, a 1 real e 80 centavos o metro, e paralelepípedo ao preço de 70 reais o milheiro. Milton emprega a família, diz que o apurado dá para se manter, mas observa que a vida de quebrar pedra lhe tem sido dura. Literalmente.

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