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Nº 5759
Economia

Combate � fome pode elevar PIB

| Iuri Dantas Folhapress Washington, EUA - A má nutrição, seja pela falta de nutrientes ou o excesso de peso causado por alimentação não balanceada, deve ser atacada como um dos principais problemas dos países em desenvolvimento, o que permitiria a essa

Por | Edição do dia 05/03/2006 - Matéria atualizada em 05/03/2006 às 00h00

| Iuri Dantas Folhapress Washington, EUA - A má nutrição, seja pela falta de nutrientes ou o excesso de peso causado por alimentação não balanceada, deve ser atacada como um dos principais problemas dos países em desenvolvimento, o que permitiria a essas nações elevar em até 3% o crescimento da economia ao incluir um número maior de pessoas no sistema educacional e reduzir gastos em saúde. Essa foi a conclusão do mais novo estudo realizado pelo Bird (Banco Mundial), que compara a desnutrição à peste negra, devido aos alarmantes números de mortes que causa entre as crianças. “A má nutrição está relacionada a mais da metade de todas as mortes de crianças pelo mundo, uma proporção que não é ultrapassada por nenhuma doença infecciosa desde a peste negra [epidemia que dizimou grande parte da população européia na Idade Média]”, apontou Jean-Louis Sarbib, vice-presidente do Banco Mundial de Desenvolvimento Humano, em comunicado. BRASIL O Brasil não figura entre os casos mais graves examinados pelo estudo. A falta de dados comparativos para traçar uma tendência dos últimos anos também impediu que fosse visto um país que não dá atenção ao problema. O estudo insiste em que nem países em desenvolvimento nem as nações mais ricas enfrentam o problema como deveriam, para evitar impacto econômico semelhante ao do HIV/Aids. “A escolha inequívoca agora é entre continuar a falhar, como a comunidade global fez com o HIV/Aids há mais de uma década, ou finalmente colocar a nutrição no centro do desenvolvimento, para que uma grande variedade de melhorias econômicas e sociais que dependem da nutrição possa se realizar”, ressalta o estudo. GARGALO Diferentemente do senso comum, o principal gargalo estaria localizado na região do sudeste asiático, cita o estudo, cujas economias vêm mostrando forte crescimento nos últimos anos com participação mais ativa da China e da Índia e outros países no mercado global de tecnologia da informação e manufaturados simples. “Todos falam sobre quão bem a Índia está na indústria de TI, imagine quão melhor estaria se 65% das crianças mais ricas e 88% das mais pobres não fossem anêmicas.” Para atacar a questão, o Bird sugere que as nações mais pobres, na maioria das vezes com pesadas restrições orçamentárias, voltem seus recursos para o combate à má nutrição, pois, em contrapartida, veriam melhores resultados no desempenho da economia a médio prazo. Entre os países citados como onde há mais necessidade de políticas de larga escala, estão Índia, Bangladesh, Afeganistão, Paquistão, Camboja, Indonésia, Laos, Filipinas, Vietnã, Guatemala, Honduras e o Haiti, onde o Brasil comanda a missão das Nações Unidas para estabilização.

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