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Nº 5902
Economia

Vendas de animais caem com barreira

| Maikel Marques Repórter Arapiraca - A venda de bovinos e derivados de leite foi considerada “muito fraca” na divisa de Alagoas com Pernambuco durante o dia de ontem, quando passou a vigorar a portaria expedida pelo governo pernambucano impondo uma sé

Por | Edição do dia 07/03/2006 - Matéria atualizada em 07/03/2006 às 00h00

| Maikel Marques Repórter Arapiraca - A venda de bovinos e derivados de leite foi considerada “muito fraca” na divisa de Alagoas com Pernambuco durante o dia de ontem, quando passou a vigorar a portaria expedida pelo governo pernambucano impondo uma série de restrições aos produtores alagoanos. “Praticamente não houve transporte de gado de Pernambuco para Alagoas hoje [ontem]”, confirmou o agrônomo Valfrido Curvelo, coordenador em Bom Conselho (PE) da barreira sanitária montada pela Agência de Defesa Agropecuária de Pernambuco (Adagro) na divisa com Alagoas. As restrições impostas aos produtores alagoanos se justificam pela mudança de classificação do Estado de Pernambuco com relação ao combate à febre aftosa. O Estado vizinho saiu da “zona de risco desconhecido” e agora é “zona de risco médio” quanto ao combate da doença. Por exigência do Ministério da Agricultura, cabe ao Estado que evoluiu na classificação adotar política rigorosa de importação de bovinos ou derivados de leite de estados incluídos na “zona de risco desconhecido”, como é o caso de Alagoas. “A ordem é rechaçar os bovinos que cruzarem a divisa de Alagoas com Pernambuco sem comunicação prévia sobre origem e destino dos animais”, avisa Valfrido Curvelo, chefe do posto da Adagro em Bom Conselho, que faz divisa com Palmeira dos Índios. Caso o produtor alagoano queira exportar bovinos para Pernambuco, ele terá que, além de comprovar vacinação do rebanho, dispor de autorização da Agência de Defesa Sanitária de Alagoas (Adeal) e ainda concordar com o confinamento de seus animais por 15 dias em território pernambucano. Somente depois desse prazo - caso os animais não apresentem problemas de saúde - é que o governo pernambucano liberará os bovinos. “Precisamos ser rigorosos no cumprimento das regras. Alagoas é que terá de correr para nos acompanhar na mudança de classificação”, reforça Valfrido. Embora ainda seja cedo para mensurar possíveis prejuízos ao agronegócio alagoano, ontem foi registrada “pequena queda” no volume de negócios na maior feira do gado do interior de Alagoas, no Distrito de Canafístula de Frei Damião, em Palmeira dos Índios. Para o secretário de Agricultura de Palmeira, Daciel Amorim, com a fiscalização rigorosa por parte de Pernambuco, o movimento de comerciante [compradores ou revendedores] na feira do gado de Canafístula deve cair 50% já na próxima semana. “Hoje [ontem] o fluxo de comerciantes foi normal”, explica. ### Pernambuco aumenta ações em divisas DA EDITORIA DE ECONOMIA Com informações do governo de PE Os profissionais da Agência de Defesa Agropecuária de Pernambuco (Adagro) realizam o controle da entrada e saída dos animais nas divisas do Estado, exigindo dos criadores a Guia de Trânsito Animal (GTA), documento que atesta a qualidade sanitária, e ainda o exame negativo de brucelose, o atestado e prova para diagnóstico de tuberculose, bem como verificando possíveis alterações ganglionares nos caprinos. O secretário de Produção Rural e Reforma Agrária de Pernambuco, Ricardo Rodrigues, destacou a importância do trabalho de fiscalização agropecuária em feiras de gado realizadas em municípios pernambucanos. “O governo do Estado está determinado em colocar Pernambuco até o final de 2006, reconhecido pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), como área livre de aftosa com vacinação, alavancando, assim, a exportação de carne, derivados e animais de excelente qualidade genética”. Em dezembro do ano passado, o Mapa reconheceu o Estado como área de Risco Médio para Febre Aftosa. Para animais vindos de áreas de risco desconhecido (como Alagoas) e alto risco, se faz necessária autorização prévia da Agência de Defesa e Fiscalização Agropecuária com indicação de corredor sanitário, devendo os animais ficar em quarentena por um período de 15 dias e o produtor/criador comunicar o recebimento após a chegada. Além disso, será exigida documentação zoossanitária (GTA e exames) e, ainda, os bezerros nascidos e não-vacinados terão que fazê-lo em território pernambucano. Com relação à saída de animais de Pernambuco para estados considerados livres de Aftosa com vacinação pelo Mapa, dependerá de autorização prévia do órgão de defesa agropecuária do local de destino, devendo ficar em quarentena na origem sendo submetidos à sorologia. Além disso, o secretário destaca que deverá estar em dia com a documentação atestando a qualidade sanitária dos animais e os caminhões transportadores deverão ser desinfectados e lacrados em Pernambuco. Até o final de 2005, 51,22% do território brasileiro já havia sido reconhecido internacionalmente como Zona livre de Febre Aftosa, mas tal condição está suspensa para os estados onde houve o reaparecimento da doença (Paraná e Mato Grosso do Sul). ### Restrições podem afastar comprador pernambucano Segundo apurou a reportagem da Gazeta, os criadores de municípios do Sertão alagoano freqüentam a feira de olho no dinheiro de compradores vindos do Estado de Pernambuco. “Eles [os pernambucanos] costumam nos comprar grandes lotes de bois, vacas, carneiros e cabras”, revela um produtor. Com o início das novas regras, os comerciantes pernambucanos podem deixar de freqüentar a feira. “Eles não vão comprar um animal proibido de ser levado para Pernambuco. Também não vão trazer animais que, se não forem vendidos aqui, também não poderão cruzar a divisa com Pernambuco”, alerta o secretário de Agricultura de Palmeira, Daciel Amorim, R$ 450 mil por dia A feira do gado do Distrito de Canafístula de Frei Damião movimenta até R$ 450 mil por dia. O chamado “dinheiro vivo” [ou em espécie] circulam nos bolsos dos produtores que compram ou vendem animais. Ontem, compradores pernambucanos só observaram a feira. “Eles não compraram nenhum animal. Estão preocupados e só vieram observar a feira”, confirmou o secretário Daciel Amorim. O secretário também criticou o governo do Estado pelo fato de, segundo ele, “empurrar” o pedido para que fosse adiada a data em que o Estado de Pernambuco colocaria em vigor as novas regras determinadas por instrução normativa publicada pelo governo vizinho. “Infelizmente, Alagoas não se preveniu para cumprir as exigências do governo federal em tempo hábil. Agora, estamos aí diante de muita reclamação de produtores que já amargam perspectiva de prejuízos incalculáves”, finalizou o secretário. |MM

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