Confian�a do consumidor cai, diz FGV
| Janaína Lage Folhapress Rio de Janeiro - As expectativas negativas em relação ao mercado de trabalho e ao crescimento da economia derrubaram a confiança do consumidor em março. O índice de confiança calculado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) recuou
Por | Edição do dia 29/03/2006 - Matéria atualizada em 29/03/2006 às 00h00
| Janaína Lage Folhapress Rio de Janeiro - As expectativas negativas em relação ao mercado de trabalho e ao crescimento da economia derrubaram a confiança do consumidor em março. O índice de confiança calculado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) recuou 1% na passagem de fevereiro para março, puxado pela menor disposição do consumidor de comprar bens de alto valor. Segundo a FGV, o agravamento da crise política, que culminou na saída de Antonio Palocci do Ministério da Fazenda, só deve ser captado na pesquisa de abril. Para Aloisio Campelo, coordenador da pesquisa, fatores não relacionados à economia podem ter afetado os resultados, mas ainda não é possível medir esses efeitos. O histórico da pesquisa mostra que existe correlação entre a deterioração de expectativas e a turbulência política. A avaliação da situação atual subiu 0,9%, mas as expectativas para o futuro recuaram 2,1%. A principal preocupação do consumidor, segundo a pesquisa, refere-se ao mercado de trabalho. Em março, as expectativas em relação à oferta de vagas registraram queda de 15,6%. As projeções para a situação econômica familiar nos próximos meses também pioraram: o percentual de consumidores que apostam em melhora da situação financeira caiu de 35,9% para 33,5%. Com incertezas no mercado de trabalho, o consumidor ficou mais cauteloso em relação a compras. O percentual que pretende gastar mais com a aquisição de bens duráveis nos próximos meses caiu de 16,8% para 12,6%. Segundo Campelo, o resultado reflete a deterioração da economia e o aumento da inadimplência. O consumidor está consciente da queda dos juros e da inflação sob controle, mas está colocando outros fatores na balança. A proporção de consumidores que pretende comprar automóveis nos próximos seis meses caiu para 9%, o menor patamar desde que a pesquisa foi reformulada, em setembro do ano passado.