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Nº 5759
Economia

Reuni�o � marcada por protestos de rua

| FOLHAPRESS Paulo Peixoto Dois protestos de rua contra a reunião do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), aberta ontem em Belo Horizonte, acabaram em confrontos com a Polícia Militar e quebra-quebra promovido pelos manifestantes na sede da Cem

Por | Edição do dia 04/04/2006 - Matéria atualizada em 04/04/2006 às 00h00

| FOLHAPRESS Paulo Peixoto Dois protestos de rua contra a reunião do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), aberta ontem em Belo Horizonte, acabaram em confrontos com a Polícia Militar e quebra-quebra promovido pelos manifestantes na sede da Cemig, a estatal de energia do governo de Minas. Dez pessoas foram presas e ao menos 21 ficaram feridas, entre manifestantes, policiais e dois seguranças da empresa. Entre 200 e 250 manifestantes (estimativa da PM) de vários movimentos sociais, principalmente da Via Campesina - da qual faz parte o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra ( MST) - e do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), destruíram a recepção do prédio da Cemig. Quebraram portas de vidro, cadeiras, computadores, uma maquete e alguns objetos de arte em exposição no hall. Os manifestantes preservaram apenas um espaço em que telas de um artista plástico estão expostas. Entre elas, dez pinturas com a imagem da secretária de Estado dos EUA, Condolezza Rice. A Cemig informou que os prejuízos não foram contabilizados. Quase no mesmo instante, na praça Sete, no centro da cidade, ocorria outro confronto entre PMs e cerca de cem manifestantes da Liga Operária e do Sindicato dos Trabalhadores no Transporte Rodoviário. Três foram presos. As versões para a destruição na Cemig são conflitantes. O major José Geraldo Rodrigues disse que os manifestantes atacaram deliberadamente o prédio, enquanto a PM agiu para contê-los. Já os movimentos sociais alegam que foram agredidos pela PM e, encurralados, buscaram proteção dentro do prédio. Conflito Os manifestantes contaram 17 feridos. A polícia informou que foram feridos sete PMs feridos e cinco manifestantes. A rede Samu de emergência informou ter atendido 12 manifestantes feridos. Uma comissão de deputados identificou sete presos no confronto da Cemig, todos ligados à Via Campesina. O deputado estadual Rogério Correia (PT) disse que os presos denunciaram terem sido torturados por PMs dentro da delegacia. O tenente-coronel Alexandre Salles, assessor de Comunicação da PM, não respondeu ao contato da reportagem para responder sobre essa denúncia. O arcebispo de Mariana (MG), dom Luciano Mendes, foi até a concentração dos manifestantes do 1º Encontro dos Movimentos Sociais Mineiros para tentar acalmar os ânimos. Ele reafirmou seu apoio às manifestações, mas condenou a perda de controle. “O que aconteceu aqui foi uma falta de controle. As pessoas queriam entregar um manifesto e foram impedidas. Ao serem impedidas foram machucadas, e é claro que isso criou desordem inevitável e lamentável”, disse. Segundo ele, é “difícil dizer” de quem partiu a falta de controle. O bispo dom Mauro Morelli, um dos idealizadores do Conselho Nacional de Segurança Alimentar ( Consea), também condenou o confronto. “A democracia não se faz com violência, se faz com participação, muito diálogo. Mas ainda assim há muitos teimosos. E o governante, mais do que ninguém, é pago para ouvir o povo.” O governador Aécio Neves (PSDB) disse que a manifestação é “legítima”, mas que “perde força quando há violência”. Ele disse que espera um relatório para saber se houve excessos da PM.

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