Economia
Tarifas de energia v�o subir 18% este ano

O Banco Central (BC) está projetando aumentos maiores na tarifa de energia neste ano. A mais recente projeção do BC, divulgada ontem na ata do Comitê de Política Monetária, é de um aumento médio de 18% este ano. Em abril, o governo trabalhava com reajuste de 15% este ano. Essa revisão se deve basicamente à desvalorização do câmbio. O BC também elevou a estimativa para os reajustes na tarifa de energia em 2003 de 12,7% para 13,6%. O governo não alterou a estimativa de inflação para o gás de cozinha, que continua em próxima a 29% em 2002 (26,1 % desse aumento já foi realizado). Em compensação, o BC projeta uma queda de 6,6% no preço da gasolina ao longo deste ano. O cálculo leva em conta o câmbio, as estimativas de preços e o mercado internacional. O BC elevou as projeção de inflação para os preços administrados de 7,2% para 7,6% este ano. Para o ano que vem, a estimativa é de 4,5%. No caso da gasolina, no entanto, o Copom manteve a previsão de uma queda média de 6,6% nos preços, mesmo com a depreciação cambial. A explicação é que houve um aumento menor do que o esperado para o consumidor, em abril, e um reajuste mais baixo do que o previsto nas refinarias, em maio. Para o gás de cozinha, a projeção é de um reajuste de 29% em 2002 - 26,1% já ocorreram no primeiro quadrimestre. Preços livres Na área dos preços livres, que dependem da lei do mercado da oferta e da procura, entretanto, o cenário é favorável. Para a diretoria do BC, a tendência de queda da inflação dos preços livres, que vem se verificando desde fevereiro, deve persistir ao longo de 2002 e também em 2003. Depois de atingir 0,64% em fevereiro, a variação mensal caiu para 0,45% e 0,24% nos dois meses subseqüentes, observa a ata. Além disso, apesar da pressão sobre os preços administrados, o Copom acredita que o impacto da desvalorização do real sobre a projeção geral de inflação poderá ser menor do que vem sendo previsto por analistas. O enfraquecimento da atividade econômica deve dificultar o repasse do câmbio para os preços. O impacto pode ser mais baixo, também, se os agentes do mercado perceberem que a alta do câmbio é temporária.