Economia
D�lar volta a bater recorde e risco-Brasil dispara

O nervosismo no mercado financeiro prossegue, na tendência que se iniciou no final da semana passada e se verificou durante toda esta semana. A cotação do dólar comercial encerrou em novo recorde do ano, vendido por R$ 2,660 (compra a R$ 2,657) pela taxa do Banco Central, uma alta de 2,03% sobre o fechamento de ontem e o maior valor em um fechamento desde 1º de novembro do ano passado. O índice Bovespa _principal indicador da Bolsa de Valores de São Paulo_ despencou 3,79%. A tensão no mercado de câmbio foi impulsionada por aumento da procura pelo dólar depois que o governo determinou, desde sexta-feira da semana passada, a mudança nas regras dos fundos de investimento, que foram obrigados a ajustar o valor de suas quotas ao mercado. Isso causou dúvidas nos investidores, que passaram a buscar proteção no dólar. A taxa de risco do Brasil também continua a escalada dos últimos dias e encerrou o dia em 1.199 pontos básicos nesta quinta-feira, depois de passar dos 1.200 pontos. O risco-país é medido pelo Emerging Markets Bonds Index (Embi), índice apurado pelo banco J.P. Morgan com base nos títulos da dívida dos países emergentes. É o principal termômetro para medir a desconfiança dos investidores em um país. A taxa de risco para Brasil está atrás apenas de três países segundo o EMBI do JP Morgan, Argentina (6.073 pontos), Nigéria (1.369 pontos) e Equador (1.284 pontos). Mau humor Na avaliação dos principais analistas econômicos, uma nova onda de mau humor contagiou os mercados brasileiros nesta quinta-feira, quando o dólar atingiu a cotação mais alta desde 1º de novembro de 2001. Nesta semana, a primeira do mês, a moeda norte-americana já acumula alta de 5,76% frente ao real. No ano, o salto é de 14,95%. Na queda-de-braço com o Banco Central, alguns bancos pressionaram a moeda norte-americana à espera de uma atuação mais direta da autoridade monetária que ficou restrita à troca de títulos públicos longos por outros mais curtos. A Bolsa de Valores de São Paulo encerrou as operações desta quinta-feira com significativa queda de 3,79%, com o Bovespa, indicador dos principais papéis, retrocedendo a 12.112 pontos. Na quarta-feira, este mesmo indicador registrou baixa nominal de 0,08%.