Economia
Brasil tem 60% de trabalhadores informais

A parcela da população ativa do País que tem emprego informal já soma 60%, excluindo o setor agrícola, segundo relatório estatístico divulgado esta segunda-feira em Genebra pela Organização Internacional do Trabalho (OIT). Na América Latina, 51% das pessoas têm esse tipo de trabalho, realidade, segundo o organismo, muito melhor que na Ásia, onde 65% da população ativa conta com um emprego informal. A Bolívia lidera o ranking dos países com maior número de empregos no setor informal, que chega a 63% da população ativa excluindo o setor agrícola, e no caso das mulheres alcança 74%. O Brasil está em segundo lugar, seguido de Honduras com 58%, El Salvador com 57%, Guatemala com 56% e México com 55% da população ativa. Com menor proporção figuram a República Dominicana (48%), Venezuela (47%), Costa Rica (44%) e Chile (36%). A OIT considera trabalho informal o que se faz para empresas não declaradas ou registradas legalmente, ou em geral quando os empregados, apesar de exercer de forma regular, não se beneficiam de proteção social, garantias de segurança e dos correspondentes direitos de representação ante o Estado. O documento, examinado atualmente pelos ministros e delegados da OIT reunidos em Genebra, evidência as diferenças entre países, assim como entre homens e mulheres. Mulheres Segundo dados da OIT, que incluem números de 1994 a 2000, do conjunto de mulheres trabalhadoras na América Latina, 58% têm emprego informal. As mulheres são comparativamente as mais afetadas, sobre tudo na Guatemala e em El Salvador, onde 69% da população ativa feminina se desempenha nesse tipo de trabalho, enquanto no Brasil são 67%, Honduras 65%, México 55%, República Dominicana 50%, Costa Rica 48%, Venezuela 47% e Colômbia e Chile empatam com 44%.O documento destaca que, em comparação com outras regiões de países em desenvolvimento, a dimensão do emprego informal é inferior no norte da África onde representa 48% da população ativa. Nas estatísticas sobre emprego informal nos países em vias de desenvolvimento, a OIT não inclui as atividades agrícolas, os trabalhos domésticos ou empresas criminais e outras formas de trabalho clandestino. O relatório mostra também uma série de cálculos em alguns países em vias de desenvolvimento sobre o peso da economia informal em relação ao Produto Interno Bruto (PIB). Nesse sentido, os dados divulgados pela OIT apontam que no Peru a economia informal alcança 49% do PIB, enquanto na Colômbia representa 25% e no México, 13%.