app-icon

Baixe o nosso app Gazeta de Alagoas de graça!

Baixar
Nº 5836
Economia

Economia de Alagoas deve seguir crescendo em 2024, estima economista

Cícero Péricles diz empreendimentos podem produzir mais riquezas e disputar o mercado nordestino

Por Hebert Borges | Edição do dia 06/01/2024 - Matéria atualizada em 06/01/2024 às 04h00

Em 2024, a economia de Alagoas deve seguir o processo de melhora econômica registrado em 2023. A avaliação é do economista e professor da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) Cícero Péricles, que destaca a influência da aprovação da reforma tributária e diz que ela criou um clima mais favorável

“No Nordeste, todos os estados anunciam dados positivos e isso também influencia a economia alagoana, muito vinculada aos seus vizinhos regionais. A expectativa de investimentos é alta e todos os segmentos parecem otimistas tendo em vista esse cenário que, sem ser o ideal, é positivo”, avalia.

O professor estima que o conjunto de empreendimentos, principalmente as micro, pequenas e médias empresas, pode produzir mais riquezas, assim como se capacitar para disputar o mercado regional nordestino e abrir espaços na pauta exportadora. “Sem esse crescimento social e econômico combinado, Alagoas continuará repetindo os mesmos indicadores, com pequenas melhorias”, frisa.

Péricles explica ainda que, em 2023, a economia alagoana fechou, definitivamente, o ciclo da pandemia. Ele pondera que o ano começou bem com os efeitos de algumas medidas no âmbito federal.

“Com os recursos da PEC da transição, aprovada em dezembro do ano passado, o novo governo pode cumprir algumas de suas promessas de campanha, aumentando o salário mínimo pouco acima da inflação, ampliando o grau de cobertura do Programa Bolsa Família, elevando o valor pago aos seus beneficiários e, não menos importante, antecipando o pagamento da 13ª parcela da Previdência Social no mês de maio”, detalha.

O especialista analisa que essas três medidas têm impactos diferentes. “O salário mínimo, porque é a referência mais importante para o mercado de trabalho estadual, elevando a renda de 400 mil assalariados com carteira assinada e grande número de informais que recebem seus pagamentos vinculados a este novo valor. O Programa Bolsa Família aumentou o nível de cobertura, passando para 550 mil famílias, assim como o valor médio, que chega a R$700. A previdência social antecipou a 13ª parcela para 560 mil beneficiários que tiveram suas aposentadorias e pensões aumentadas pelo novo valor do salário mínimo. Essa diferença de renda, que alcança 90% dos lares alagoanos, foi e está sendo direcionada, quase toda, para o consumo das famílias beneficiadas. Isso influencia o desempenho dos setores de comércio e serviços, principalmente no primeiro semestre”, explica.

Setorialmente, Péricles destaca que dados do Ministério da Agricultura estimam que Alagoas terá o quinto ano de aumento do valor na produção agropecuária, com destaques para a produção de milho, que duplicou a área plantada, e para a cana-de-açúcar, que vem, lentamente, recuperando suas safras estimuladas pelos altos preços internacionais de açúcar.

Já os dois maiores setores da economia, serviços e comércio, que, juntos, representam 70% da economia estadual, atravessaram, segundo o professor, mais um ano de crescimento regular, com vendas concentradas nos períodos festivos, garantindo 74% dos 20 mil novos empregos formais criados até novembro. Ele pontua ainda que a construção civil é outro setor em franca recuperação no estado, mas ainda não alcançou o desempenho da década passada.

Porém, em relação à construção, o especialista conta que o fenômeno do afundamento do solo em cinco bairros de Maceió elevou, repentinamente, desde 2020, a demanda e os preços dos imóveis, trazendo mais dinâmica no crescimento da atividade.

Mais matérias
desta edição