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Nº 5759
Economia

Inflação contraria expectativas e deve ficar abaixo do teto da meta

Meta de inflação era de 3,25%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos

Por G1 | Edição do dia 11/01/2024 - Matéria atualizada em 11/01/2024 às 04h00

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulga nesta quinta-feira (11) os números finais da inflação oficial do Brasil. Contrariando as expectativas do início de 2023, o indicador deve fechar o ano abaixo do teto da meta de inflação. .

O sistema de metas determina que o Banco Central (BC) deve fazer o manejo da taxa básica de juros, a Selic, para levar a inflação a um número específico a cada ano.

Quem determina esse número é o Conselho Monetário Nacional (CMN), composto pelos ministros da Fazenda, do Planejamento e pelo próprio presidente do BC. Em 2023, a meta de inflação era de 3,25%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos (de 1,75% a 4,75%).

O país não atingia nem mesmo o teto da meta desde 2020. E as projeções de economistas no início de 2023 diziam que o ano não seria diferente.

O primeiro boletim Focus do ano passado — relatório divulgado pelo BC com os números esperados por mais de 100 instituições financeiras do país — mostrava que os especialistas previam uma inflação fechada de 5,31% em 2023.

Uma porção de fenômenos, porém, fez com que a projeção do Focus para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) caísse quase 1 ponto percentual, para a casa dos 4,46%.

A reportagem ouviu economistas para entender o que mudou, quais fatores levaram a inflação de volta à meta e qual o cenário para 2024.

Para André Braz, economista do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre), o comportamento dos preços de alimentos foi decisivo para conter a inflação em 2023.

O primeiro semestre ficou marcado por uma supersafra agrícola no Brasil, que favoreceu a produção e reduziu os custos de alimentos.

Além de ajudar as exportações e controlar a cotação do dólar, uma maior oferta de grãos puxou para baixo os preços do subgrupo de Alimentação no domicílio, que é composto por frutas, legumes e carnes in natura.

“Com grãos mais baratos, os animais que consumimos [carnes bovina, suína e aves] tiveram custo de criação reduzido. Ou seja, rações mais baratas também resultaram em queda nos preços das carnes”, explica.

“Tudo isso junto fez com que, em média, os alimentos (no domicílio) recuassem 1% no ano.”

Os resultados só não são mais perceptíveis porque os alimentos tiveram uma fortíssima alta acumulada desde a pandemia de Covid-19. Antes de cair no ano passado, o grupo Alimentação no domicílio subiu quase 40% entre 2020 e 2022.

Outro marco da desinflação em 2023 foi a redução de preços de bens duráveis. São itens que tiveram um ganho de procura durante a pandemia, conforme trabalhadores mudavam os hábitos de consumo já que não tinham onde gastar com a economia fechada.

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