Economia
Risco-Brasil volta ao 2� �lugar com alta de 7%

Após uma melhora na segunda-feira, ontem o risco-país brasileiro fechou em alta e voltou a ocupar o segundo lugar no ranking dos maiores riscos do mundo. O indicador, sinalizador da confiança do investidor estrangeiro no País, fechou o dia a 1.635 pontos, uma alta de 7%. À frente está apenas o da Argentina, onde o risco-país opera a 6.566 pontos. Imediatamente atrás vêm Nigéria (1.581 pontos) e Equador (1.362 pontos). Dois motivos pesaram sobre o risco brasileiro: a decepção do mercado com o resultado das contas externas brasileiras, divulgado ontem, que indicou uma forte queda do investimento estrangeiro no País; e rumores políticos. Ontem circulou o rumor de que o candidato do PSB à Presidência da República, Anthony Garotinho, desistiria da disputa e se coligaria a Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o principal candidato de oposição. A coligação traria vantagens para Lula, que já lidera as pesquisas, em detrimento ao governista José Serra (PSDB). Serra, que ocupa o segundo lugar nas pesquisas de intenção de voto, é considerado preferido pela maior parte do mercado por supostamente ter vínculos com a atual política econômica. A alta do risco-país, que ontem havia caído 12%, é um reflexo da desvalorização dos títulos da dívida brasileira no mercado internacional. Ontem o C-Bond, o principal entre esses papéis, perdeu 4,35%, cotado a 60,5% de seu valor de face. Dólar fecha em alta de 1,54%, cotado a R$ 2,82 O dólar comercial conclui um dia volátil com alta de 1,54%, vendido a R$ 2,823. O principal motivo foi a insatisfação do mercado com as contas externas do País, já que cresce a preocupação de que os investimentos externos se limitem cada vez mais dificultando o financiamento do déficit em conta corrente do País. Segundo declarou ontem o chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Altamir Lopes, ingressaram no País, no mês de junho, US$ 700 milhões, o que indica que o volume de investimentos ficará abaixo da média do ano, que tem sido de US$ 1,4 bilhão. Ontem, o Banco Central vendeu US$ 300 milhões ao mercado em quatro leilões de linha externa. Esse tipo de operação tem como objetivo reduzir a liquidez do mercado em reais e aumentar a oferta de dólares, diminuindo a pressão sobre as cotações. Os bancos compram uma determinada quantidade de moeda do BC e se comprometem a vendê-la para a autoridade monetária dentro de um ou dois meses. Mesmo assim, o volume de dólares no mercado ainda é considerado escasso. Operadores afirmaram que ocorreram grandes saídas de moeda. A tendência é o dólar permanecer em um patamar elevado e bastante volátil, a menos que venha alguma notícia muito boa para o mercado, afirmou Marco Antônio Azevedo, gerente de câmbio do banco Brascan.