Economia
P�ozinho pode subir para R$ 0,20 em Macei�

O consumidor brasileiro vai gastar mais para comer o pão francês de todo dia. Segundo o vice-presidente da Associação Brasileira de Indústria de Panificação e Confeitaria (Abip), a alta do dólar está pressionando os custos do setor, que já teria adiado até maio um repasse de 25% para o preço do pãozinho. As padarias seguraram o quanto puderam o repasse. Mas aquelas que estão precisando recompor caixa mais rapidamente já começaram a fazer o repasse, esclareceu. Em Maceió a situação não é diferente. Segundo o Sindicato da Indústria de Panificação e Confeitaria do Estado (Sindipan), as padarias estão segurando o preço do pãozinho desde o início do mês. Aqui, o reajuste pode superar os 30% e o pãozinho de 50 gramas pode aumentar para R$ 0,20. Agora em junho, o saco de farinha de trigo de 50kg subiu de R$ 46 para R$ 51. As panificações estão segurando os preços e aumentando as suas dificuldades. A quebradeira já começou a atingir várias empresas, que estão fechando suas portas, destacou o presidente da entidade, Valdomiro Feitosa. Um novo aumento no preço da farinha de trigo já foi anunciado, para vigorar a partir de 1o de julho. Os moinhos já distribuíram a tabela. A farinha vai custar R$ 57 o saco, anunciou. Com esse reajuste, o aumento, acredita Feitosa, será inevitável. Não há mais como segurar preço. Vamos recomendar o reajuste, enfatizou, explicando que a farinha entra com 60% na composição do pão. Ou a panificação acompanha o reajuste ou quebra, a exemplo do que aconteceu com várias empresas tradicionais, destacou. O preço médio do pãozinho em Maceió, nas panificadoras regulares, varia de R$ 0,13 a R$ 0,15, embora o Sindipan admita que há padarias de fundo de quintal produzindo pães de terceira e vendendo o produto abaixo do custo. É irreal a venda de 12 pães por R$ 1. Isso só é possível porque a falta de fiscalização permite a produção de pães sem nenhuma higiene, com matéria-prima duvidosa e sem pagar nenhum imposto. Infelizmente, este segmento está prejudicando todo o setor, denunciou. Valdomiro Feitosa declarou que além do dólar, a crise argentina agravou a situação do setor, pois o país vizinho, além de reduzir o volume de embarque de trigo para o Brasil, também elevou o preço do trigo em dólar. No ano passado, o Brasil importou da Argentina 85% do consumo total de trigo do País, que é de 9 milhões de toneladas.