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Rendeiras do Pontal venderam metade da produção nesta temporada

Artesãos reclamam da falta de apoio e das empresas de passeios que não incluem o bairro no roteiro

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As 175 lojinhas de artesanato que garantem a circulação de milhares de rendas, filés e de outros pontos como bordados e artesanato típico produzido por mais de 500 rendeiras do bairro do Pontal da Barra foram disponibilizados para a temporada de turismo de Alagoas deste ano.

“A produção foi grande”, segundo a artesã Arlete Silva. A maioria das rendeiras já conseguiu comercializar pouco mais de 50% da produção nesta temporada. Porém, a maioria não esconde a frustração e diz que as vendas poderiam ter sido melhores.

“O turismo bombou na capital e no interior do estado. Não houve prejuízo para ninguém. No nosso caso, poderíamos ter obtido um faturamento melhor, se tivesse mais divulgação e as empresas de passeios incluíssem o Pontal na rota prioritária do turismo”, desabafou a presidente da Associação das Rendeiras do Pontal, Carmem Valéria de Sá.

O Pontal da Barra é um bairro do litoral Sul da capital de fama internacional. Com uma população de 2.478 habitantes, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é uma comunidade formada por artesãos especialistas em renda, especialmente o filé.

Parte da produção é exportada, também artesanalmente, para São Paulo, Rio de Janeiro e vários países. As outras fontes de renda são a pesca e o pequeno comércio local.

Encravada entre a lagoa Mundaú e a praia do Pontal da Barra, a localidade começou a ser habitada no século XVIII. É rica em belezas naturais. Cinco empresas trabalham com passeios de catamarãs na lagoa Mundaú e seis restaurantes oferecem comida típica da cozinha alagoana à base de frutos do mar e das lagoas Mundaú e Manguaba.

O movimento comercial das rendeiras e dos pescadores locais faz com que o desemprego na região seja um dos mais baixos no Estado. “Aqui só não trabalha quem não quer. Emprego e renda tem o ano inteiro”, garante os líderes das rendeiras e dos pescadores da região. Os dois setores geram mais de 1,5 mil empregos. Pelas ruas da comunidade é comum ver homens e mulheres confeccionando filé e grupos de pescadores nativos.

“As empresas de turismo também não ajudaram na temporada. A maioria das empresas preferiu levar os turistas para as praias mais badaladas do estado e esqueceram o Pontal. Das cinco empresas que fazem passeios de catamarãs pelas nove ilhas da lagoa, apenas uma recomenda o bairro aos turistas”, disse Carmem Valéria.

A questão já foi discutida com as associações de moradores, de comerciantes, dos bares e restaurantes, das entidades culturais e colônia de pescadores. “Temos tudo no Pontal: cultura, arte, o último grupo de fandango de Alagoas, belezas naturais, e só precisamos de mais apoio dos órgãos públicos e das empresas de turismo”, diz Carmem Valéria.

Em nota, a Secretaria de Turismo de Maceió diz que tem realizado ações para promover o potencial turístico do Pontal da Barra, um importante atrativo do destino Maceió, incluindo o bairro nas ações de divulgação com as principais operadoras do país. Acrescenta que realiza programações musicais aos sábados para proporcionar momentos de lazer aos moradores e turistas.

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