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Economia

Problema argentino deve servir de li��o

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ANA MÁRCIA Para o economista e professor Luiz Antonio Cabral, da Ufal, é improvável que o Brasil tenha uma crise igual a da Argentina, mas ele prevê muitas dificuldades, sobretudo no aspecto social. “O problema argentino deve servir de lição para o governo brasileiro, que segue à risca o mesmo modelo neoliberal, com resultados perversos no campo social, como mostram os dados do último Censo do IBGE”, diz Luiz Antonio. O economista ressalta o desemprego desenfreado como uma das piores coisas na economia do Brasil, por ter um efeito cascata: não se obtém renda e gera-se encargo dentro do sistema. Na economia do Brasil, não descarta dificuldades. Ele acredita que tudo vai depender do comportamento do cenário internacional, principalmente dos países com quem o Brasil mantém relações comerciais, por viver-se num mundo globalizado. “Nesse ponto, os reflexos da crise argentina são preocupantes para a nossa economia e o atual momento econômico exige bastante cautela nos investimentos”, comenta. Mesmo com problemas, Luiz Antonio lembra que o Brasil se adaptou melhor ao modelo neoliberal, assim como a reestruturação produtiva no mundo. Assim, a economia brasileira tem conseguido manter a estabilidade da moeda, mesmo com todos os reflexos das crises internacionais ocorridas nos anos recentes e que vêm promovendo a sua reestruturação produtiva de forma mais eficiente que a Argentina: com maiores problemas no campo social e não no econômico. “Apesar das instabilidades nas taxas de câmbio, as medidas adotadas pelo Banco Central têm evitado que a situação se agrave, mantendo a economia estável”, observa o economista. Raízes Segundo as suas explicações, a crise argentina tem raízes estruturais. Com a chegada de Carlos Menem ao poder, em 1989, o País passou a adotar uma política neoliberal cada vez mais ortodoxa, provocando uma crise social sem precedentes, gerando desemprego e deixando a sua economia totalmente vulnerável aos interesses do grande capital internacional. “Paralelo a isso, o governo argentino errou ao dolarizar parte de sua economia e não teve sucesso na política de estabilização econômica, não conseguindo conter a inflação”, esclarece Luiz Antonio. Sobre o chamado Risco Brasil, Luiz Antonio analisa tratar-se de uma espécie de terrorismo de FHC para desestabilizar as candidaturas de oposição. “Isso decorre da possibilidade de a população vir a ganhar as próximas eleições e é fomentada pelo governo FHC em forma de especulação”, comenta, ao lembrar que todos os candidatos de oposição já declararam claramente que vão respeitar as regras estabelecidas. Segundo Luiz Antonio, o próprio jornal inglês, Financial Times, o mais respeitado no mercado internacional, já publicou várias matérias contestando esse “suposto risco” de uma possível vitória das oposições. “O que deve ocorrer com a vitória das oposições é que o Brasil deixará de ser servil aos interesses do capital internacional como vem fazendo o governo de FHC e, finalmente, poderá adotar um projeto de desenvolvimento voltado à melhoria das condições sociais do nosso povo”, conclui Luiz Antonio Cabral.

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