Academias se tornam fil�o empresarial
Repare ao seu redor. Além de farmácias, padarias e revendedoras de carros, que outro tipo de estabelecimento começou a tomar conta de muitos bairros em Maceió nos últimos dois, três anos? Se você respondeu academias de ginástica, acertou em cheio. Se su
Por | Edição do dia 07/09/2008 - Matéria atualizada em 07/09/2008 às 00h00
Repare ao seu redor. Além de farmácias, padarias e revendedoras de carros, que outro tipo de estabelecimento começou a tomar conta de muitos bairros em Maceió nos últimos dois, três anos? Se você respondeu academias de ginástica, acertou em cheio. Se sua opção não foi essa e tampouco concorda com a resposta, você precisa ler a reportagem a seguir e entender do que estamos falando. O mercado alagoano de academias de ginástica passa por uma revolução. Seguindo uma tendência nacional, o Estado registra um boom no número de estabelecimentos destinados à prática de atividades físicas. Se há alguns anos era possível contar nos dedos das mãos as academias existentes em cada bairro de Maceió e algumas raridades no interior do Estado, hoje só é possível contabilizá-las com dados oficiais. ### Investimentos extrapolam a marca do milhão Os recursos aplicados por empresários e educadores físicos em novas academias em Maceió são de encher os olhos. Em se tratando de estabelecimentos de médio e grande porte, os valores vão de R$ 200 mil a mais de um milhão. Os investimentos variam, naturalmente, conforme o bairro escolhido para a instalação do estabelecimento, tamanho do imóvel, número de funcionários, equipamentos e modalidades físicas. Inaugurada em 14 de maio deste ano, a Top Fitness, no bairro nobre da Pajuçara e à beira-mar, possui 1,2 mil metros quadrados e nasceu da vontade de inovar dos três proprietários, como conta um dos sócios, o empresário Sérgio Gomes de Barros, 39. ### Recém-aberta e de olho na ampliação Também otimista com o mercado das academias, o educador físico André Viana, 32, é um dos três sócios da recém-inaugurada Adois, localizada na Avenida Rotary e que funciona há pouco mais de duas semanas. Com uma estrutura de 400 metros quadrados e empregando 21 profissionais, entre professores e pessoal de apoio, o estabelecimento custou cerca de R$ 200 mil e quase dois anos de estudos e levantamentos sobre a demanda. Inicialmente pensamos em investir numa área da orla, mas com o crescimento excessivo do número de academias em Maceió e especificamente naquela região, onde se concentram muitas de pequeno porte, viemos para a região do Farol, onde o número de academias ainda é menor, argumenta Viana. ### Pequenos também têm vez no mercado Neste mundo de investimentos milionários também há espaço para as academias de menor porte. São estes estabelecimentos que, com serviços baratos, mas de qualidade, acabam conquistando a comunidade que prefere malhar em academias próximo de casa. A maioria das 120 academias de Maceió apresenta esse perfil e são chamadas de academias de bairro. Inscritas como empresas e arcando com todos os impostos devidos, estes estabelecimentos são os que mais sofrem com a concorrência desleal das academias que funcionam de forma irregular, muitas vezes em garagens ou galpões e sem a presença de um educador físico com formação e qualificado. ### De templo de beleza a centro de saúde Mas, afinal, o que vem causando esse crescimento significativo no ramo da atividade física? Para obter a resposta, a Gazeta entrevistou alguns dos mais gabaritados profissionais da área que, além de explicarem os motivos, também fizeram alertas sobre a expansão. Presidente da Fitness Brasil, o empresário baiano radicado em São Paulo, Waldyr Soares, 67, atua há várias décadas no mercado de fitness, saúde e bem-estar e afirma que o salto de 70% no número de academias no País surpreendeu o mercado, mas é real. Ele chama atenção que nesta lista de 12.682 estabelecimentos estão apenas àqueles que possuem CNPJ: Imagina as que não têm, diz salientando que o número deve ser ainda maior. E quem essas academias atendem? Soares tem a resposta: Um novo cliente, de 40, 50 anos que quer viver mais e bem. Que se preocupa muito mais com a saúde do que com a estética. ### Concorrência exige um novo profissional Nem tudo são flores nesse mercado cada vez mais competitivo. Tanto Waldyr Soares como os educadores físicos que atuam em Alagoas há mais de duas décadas, Carlos Eduardo Amaral, 42, o Duda, e Amândio Geraldes, 55, alertam sobre o crescimento. O professor Duda, da Corpore Fitness, diz que mais importante do que equipamentos caros é a qualificação profissional, o cuidado que o professor deve ter com os alunos. Nós realizamos um trabalho multidisciplinar, recebemos alunos com indicação médica e trabalhamos as necessidades de cada um, diz o educador que chega a dar 60 aulas de ginástica por mês e 320 como personal training. /// Academias atraem cada vez mais freqüentadores, nos estabelecimentos brasileiros já são quatro milhões de alunos. Foto: Maíra Villela