Insumos mais caros devem elevar preços dos ovos de Páscoa este ano

O doce preferido da Páscoa deve chegar aos alagoanos mais salgado do que em anos anteriores, principalmente por causa do aumento do preço do cacau. A Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (Abia) estima que esse acréscimo no custo será repassado, ainda que parcialmente, ao consumidor.

“Existe uma crise mundial do cacau. O cacau que o Brasil produz ele é insuficiente para atender o mercado interno, então a gente importa. Os países africanos, que são os grandes produtores de cacau, também têm sofrido as consequências dos fatores climáticos. Muito calor ou pouca chuva faz com que se torne espaço para proliferação de fungos e outros tipos de pragas”, informou o economista e professor Renan Laurentino.

O economista ressalta que a inflação já é uma realidade para os brasileiros, que sofrem com a oscilação dos preços. E que uma saída é pesquisar e ser criativo na Páscoa. “Então a produção internacional também diminuiu, enquanto a demanda só aumenta, principalmente os países da União Europeia, que consomem muito esse cacau da África, ou seja, o preço da arroba do cacau só ontem, quarta-feira (5), fechou em 8,675 mil dólares a tonelada, muito acima do que foi trabalhado no ano passado”, acrescentou.

“Existe uma crise sim, os preços do chocolate vão ficar mais elevados sim. Para ter um exemplo, a manteiga de cacau que ela é base para o pessoal de confeitaria e quem trabalha com chocolate, ano passado nesse mesmo período ela estava a 80 reais o quilo, hoje ela custa 200 reais o quilo. Esse efeito do dólar alto e a desvalorização do real também pesa muito”, destaca Renan Laurentino.

Larissa Martins, que junto com a mãe Cícera fazem ovos de páscoa, destaca o impacto da oscilação do preço dos insumos na produção e venda este ano. “Afeta diretamente, principalmente no preço final do produto, justamente porque os produtos que a gente compra no mercado estão tudo lá em cima. Não é somente o cacau, mas outros produtos que a gente usa para fazer, o leite condensado, o creme de leite, isso tudo encaminha para que o preço final do produto aumente. Mas isso é inevitável”, disse.

A empreendedora afirma que busca alternativas para não perder a clientela, mas já foi preciso reajustar os preços dos produtos. “Ás vezes, uma alteração mínima, mas que lá no final impacta no preço final do produto. E uma alternativa que a gente usa para diminuir esse impacto é permanecer o preço, mas também para diminuir o peso final do produto. Às vezes é um tamanho de uma forma de ovo de Páscoa ou de um bolo. Isso é uma alternativa para a gente permanecer o preço final do produto ou aumentar minimamente”, finaliza.