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Mercado financeiro

Fed mantém juros dos EUA na faixa de 4,25% a 4,50% ao ano, de olho no efeito Trump

Essa é a segunda decisão consecutiva em que o BC norte-americano mantém as taxas inalteradas

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Presidente do Fed, Jerome Powell, em coletiva de imprensa nessa quarta-feira
Presidente do Fed, Jerome Powell, em coletiva de imprensa nessa quarta-feira | Foto: Reuters

O Federal Reserve (Fed), o banco central dos Estados Unidos, manteve as taxas de juros do país inalteradas na faixa de 4,25% a 4,50% ao ano. A decisão unânime, anunciada nessa quarta-feira (19), veio em linha com as expectativas do mercado financeiro.

Essa foi a segunda reunião seguida em que o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) optou por não alterar o referencial de juros. Em janeiro, o colegiado citou a perspectiva econômica "incerta" e a atenção a riscos ao justificar sua posição.

Além de reiterar o cenário, o comitê afirmou hoje que as incertezas em torno das perspectivas econômicas aumentaram. Ainda assim, os responsáveis pela política monetária preveem dois cortes nas taxas em 2025.

As decisões sobre as taxas de juros nos EUA geram efeitos no Brasil. Quando as taxas permanecem elevadas, há maior pressão para que a Selic, a taxa básica de juros brasileira, também permaneça alta por mais tempo. Além disso, há impactos no câmbio.

O anúncio desta quarta-feira foi o segundo desde que Donald Trump tomou posse como 47º presidente dos EUA, em 20 de janeiro. O cenário, porém, ficou mais adverso de lá para cá, diante da guerra tarifária promovida pelo republicano.

Economistas e agentes do mercado têm feito uma série de alertas sobre os impactos nos EUA das taxas aplicadas a outros países — em especial, contra os principais parceiros comerciais dos norte-americanos. Algumas tarifas estão em vigor. Outras, foram suspensas e devem valer em abril.

Apesar de o objetivo central de Trump ser priorizar a indústria nacional (e usar as tarifas como barganha em negociações), a cobrança de taxas sobre a importação de produtos encarece o custo de itens produzidos dentro dos EUA, o que tende a pressionar a inflação.

Além disso, a incerteza diante do vaivém tarifário e das ameaças do republicano tem prejudicado a confiança dos consumidores, levantando temores de que a maior economia do mundo possa enfrentar um período de esfriamento — ou, em cenários mais pessimistas, uma recessão.

Após o anúncio da decisão nesta quarta, o presidente do Fed, Jerome Powell, ressaltou que as incertezas do cenário econômico estão "excepcionalmente elevadas".

"A nossa postura política atual está bem posicionada para lidar com os riscos e incertezas que enfrentamos", disse, reforçando que a postura correta para o BC norte-americano, neste momento, é a de "esperar por maior clareza".

Os integrantes do Fed projetam um crescimento econômico mais lento este ano nos EUA em comparação com o que havia sido projetado em dezembro do ano passado. O grupo também prevê um aumento modesto no desemprego e na inflação em 2025.

Em comunicado, o comitê reiterou que a atividade econômica continuou a se expandir "em um ritmo sólido", com taxa de desemprego estabilizada em níveis baixos e um mercado de trabalho igualmente sólido.

Diante do cenário, a inflação dos EUA "permanece um pouco elevada", citou o Fomc. Em fevereiro, o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) ficou em 2,8% no acumulado em 12 meses, acima da meta de 2% do Fed.

Assim como as afirmações de Powell, o comitê reforçou que as incertezas sobre o cenário econômico aumentaram.

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