Luz no Campo motiva briga pol�tica no Sert�o

ROBERTO VILANOVA São José da Tapera - O Projeto Luz no Campo está sendo desviado para atender a esquemas eleitoreiros no Sertão. A denúncia é do presidente da Associação Comunitária do Povoado Cacimba do Barro, Genivaldo Rodrigues Bezerra, citando como exemplo de irregularidade o Povoado Furnas, para onde foram sangrados seis quilômetros de rede de baixa e alta tensão. Mais conhecido por Tigela, o líder comunitário, que é evangélico, denunciou a perseguição política que a comunidade de Cacimba do Barro sofre, por conta dos seus posicionamentos contra a utilização do Projeto Luz no Campo como fins eleitoreiros. “O posto de saúde e a creche foram fechados, mas eu não posso ficar calado diante das irregularidades”. Pirraça Genivaldo contou que como conseqüência das irregularidades a própria população sofre. Os oitenta moradores do Povoado Furnas, por exemplo, gastaram cada um 75 reais para fazer a instalação interna das suas residências, mas a Companhia Energética de Alagoas – Ceal – se nega a fazer a ligação com a rede externa, temendo represálias, ou seja, que uma auditoria federal possa constatar o desvio do projeto. O presidente da associação se diz vítima da pirraça política e cita que o Povoado Furnas está sendo trabalhado para assumir a liderança na região, mesmo sem ter condições. “Até uma santa foi levada para o povoado, para ser a padroeira”, disse, referindo a Santa Rita de Cássia, que há 15 dias está hospedada na casa de dona Maria José (dona Neném), mulher de Zé Dionísio, que cedeu terras para construir o grupo escolar e a capela. Mas, apesar de a rede elétrica passar na porta, ainda não pode ligar a luz.