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Alta dos medicamentos de até 5,06% gera reclamação dos alagoanos

Notícia entristeceu a pensionista Severina que gasta mensalmente cerca de R$ 200 com remédios

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Farmácias não podem cobrar pelos medicamentos preço acima do permitido pela CMED
Farmácias não podem cobrar pelos medicamentos preço acima do permitido pela CMED | Foto: Agência Brasil/Arquivo

Os alagoanos terão de desembolsar mais dinheiro para comprar remédios. É que uma Resolução da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED), publicada ontem (31), no Diário Oficial da União, estabelece o novo teto para reajuste de preços em estabelecimentos de todo o país.

A expectativa do setor farmacêutico é uma alta de até 5,06% em 2025, menor patamar desde 2018, segundo cálculos do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos (Sindusfarma).

A notícia entristeceu a pensionista Severina Batista, de 81 anos. Ela toma diariamente remédios para pressão e diabetes e gasta mensalmente cerca de R$ 200. "Às vezes eu penso que vou ter que escolher entre comer e tomar meus remédios. É difícil se manter dessa forma. Meus filhos me ajudam, mas eles também têm a vida deles e fica complicado. A cada aumento de medicamento, eu tenho que deixar de comprar algo que preciso", lamentou.

Já o representante comercial André de Lima, de 61 anos, toma 6 medicamentos e gasta em torno de R$ 350 a R$ 400 por mês. "Esses aumentos sempre pesam no bolso, porque no final das contas, não pagamos apenas pelos medicamentos, mas temos uma série de despesas e esse reajuste acaba complicando mais”, explica.

André de Lima disse que, como alternativa, conversou com o médico para reduzir parte da medicação diária para três vezes por semana. “Atualmente, tomo diariamente o remédio de pressão e da ferrentina, e três vezes na semana outro para o coração e colesterol, mas antes era todo dia também. Foi uma alternativa para conseguir permanecer com o tratamento", explica.

“O reajuste ele tem validade a partir de hoje (ontem), mas não obrigatoriamente as farmácias irão imediatamente passar. O reajuste ele estabelece o valor máximo que o medicamento pode aumentar, mas cada farmácia vai poder optar ou não pelo repasse imediato ou mais tardio desse reajuste para seu consumidor”, explicou o presidente do Conselho Regional de Farmácia de Alagoas (CRF/AL) Daniel Silva Fortes.

As farmácias e drogarias, assim como os laboratórios, distribuidores e importadores, não podem cobrar pelos medicamentos preço acima do permitido pela CMED.

“Pela primeira vez, desde 2018, o reajuste ficou abaixo da correção do índice da inflação. De alguma forma, já se tem aí uma política para que o aumento dos preços do medicamento não impacte tanto no bolso do consumidor final", destaca Daniel Fortes.

Segundo o presidente do CRF, é importante que o consumidor busque pesquisar nas farmácias descontos consideráveis. "Isso para que ele possa encontrar os estabelecimentos que estão fornecendo medicamentos mais baratos e também verificar a possibilidade de adquirir medicamento genérico, ou até mesmo medicamentos do Programa Farmácia Popular que hoje possuem 100% de gratuidade", diz Fortes.

Para a definição dos novos valores, o conselho de ministros da CMED leva em consideração fatores como a inflação dos últimos 12 meses, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a produtividade das indústrias de medicamentos e os custos não captados pela inflação.

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