Finanças
Busca por crédito em Alagoas tem a segunda maior retração do Nordeste
Procura por financiamento caiu de 24% para 8,3%, segundo levantamento da Serasa


Busca de alagoanos por crédito recuou de 24% para 8,3% em fevereiro, ante o mesmo mês do ano passado, segundo levantamento divulgado nessa sexta-feira (2), pela Serasa Experian. A retração de 15,7 pontos percentuais é a segunda maior do Nordeste, atrás apenas da Paraíba, que saiu de 20,4% para 4,5% - o que significa uma queda de 15,9 pontos percentuais.
De acordo com os dados, todos os estados do Nordeste registraram queda na procura dos brasileiros por recursos financeiros em fevereiro de 2025. Além da maior retração, a Paraíba registrou o menor percentual do país na busca por crédito.
Na visão nacional, em fevereiro de 2025, a procura dos consumidores por crédito registrou alta de 12,2% em relação ao mesmo período do ano passado, impulsionada principalmente por faixas de menor renda.
De acordo com o levantamento, os consumidores com renda de até um salário mínimo foram os que mais buscaram crédito no período (17,3%). Em seguida, apareceram os que recebem entre um e dois (13,7%).
“Diante do cenário inflacionário, especialmente com a recente pressão sobre os preços dos alimentos, quem recebe até um salário mínimo acaba sendo mais impactado. Por isso, o aumento na procura por crédito entre essas famílias pode estar relacionado à necessidade de manter o consumo básico de subsistência”, avalia a economista da Serasa Experian, Camila Abdelmalack.
Ao analisar as Unidades Federativas (UFs), o levantamento aponta que os consumidores do Amapá tiveram a maior procura na demanda por crédito em fevereiro (32,1%). Em segundo lugar ficou o Acre (31,1%), seguido pelo Pará (30,5%).
Em 2024, a procura por crédito no Brasil fechou com queda de 7%, segundo o Índice Neurotech de Demanda por Crédito (INDC). Contudo, houve crescimento de 6% em dezembro, na comparação com novembro do ano passado.
Além disso, o INDC mostrou alta de 18% em dezembro no confronto com igual mês de 2023, quando o dado consolidado caiu 13%. “Apesar do cenário ainda delicado para o setor de crédito, considerando que 2023 já havia apresentado um recuo significativo em relação a 2022 (-13%), a reta final de 2024 traz boas perspectivas para o ano atual”, avalia Natália Heimann, líder da Business Unit de Dados & Analytics para Crédito da Neurotech e responsável pelo INDC.
O recuo do indicador em 2024 foi puxado pela diminuição na busca por financiamento no varejo e no setor financeiro, que apresentaram declínios entre 3% e 20%, respectivamente. Só houve expansão no segmento de serviços, que cresceu 30% no ano passado.
Historicamente, pontua a executiva, o varejo é o segmento de maior impacto no INDC por englobar categorias importantes para o cotidiano dos brasileiros, como supermercados e vestuário, o que explica a queda de 7% no apanhado geral, mesmo com outras categorias mostrando desempenho acima da média.
“Com a consolidação do bom momento para os serviços, que cresceram em todos os meses do ano passado, uma esperada recuperação do varejo pode fazer de 2025 um ano histórico para a oferta de crédito”, diz Natália Heimann.
Juros
Ainda que em menor magnitude do que a retração de 13% do INDC em 2023, o recuo ocorre diante de condições de crédito mais apertadas, após o aumento da Selic. O juro básico no Brasil saltou a dois dígitos pela primeira vez fevereiro de 2022, quando foi de 9,25% para 10,75%.