Pesquisa
Serviços crescem 0,3% em março, na segunda alta seguida
Com isso, o setor de serviços acumula ganho de 1,2% nesse período de dois meses


O volume de serviços no país apresentou crescimento de 0,3% em março deste ano, na comparação com fevereiro. É a segunda alta consecutiva do indicador, que havia apresentado expansão de 0,9% em fevereiro. Com isso, o setor de serviços acumula ganho de 1,2% nesse período de dois meses.
O segmento também apresentou altas de 1,9% na comparação com março do ano passado, segundo dados divulgados nessa quarta-feira (14), no Rio de Janeiro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
No primeiro trimestre, o volume de serviços prestados caiu 0,2% ante o quarto trimestre de 2024, a primeira taxa negativa após uma sequência de sete trimestres seguidos de avanços.
O gerente da pesquisa do IBGE, Rodrigo Lobo, ressalta que o setor de serviços alcançou recentemente o ápice da série histórica, em outubro de 2024, e as poucas taxas negativas depois desse recorde representavam uma acomodação, e não reversão de trajetória.
Em março, os serviços operavam apenas 0,5% aquém do pico alcançado em outubro passado.
"Esse ponto (de março) é o segundo ponto mais alto da série do setor de serviços. De maneira alguma a gente poderia afirmar que estamos experimentando um início de declínio do setor de serviços", declarou Lobo. "É um patamar próximo ao seu ápice."
Três das cinco atividades investigadas registraram expansão em março ante fevereiro, com destaque para os transportes, com elevação de 1,7%, o segundo resultado positivo seguido, com ganho acumulado de 2,2%.
"Ainda que haja uma primeira taxa negativa em tecnologia da informação, tem o setor de transportes sustentando os serviços em patamar próximo ao ápice. Tem uma disseminação grande (de altas) no setor de transportes, não foi um setor isolado. Cresce o transporte de passageiros, cresce o transporte de cargas. Sob a perspectiva do modal, cresce o transporte aéreo, cresce o transporte terrestre, e, sobretudo, cresce a parte de armazenagem, serviços auxiliares e correios. Há uma disseminação importante, mostrando uma força no setor de serviços, mostrando uma força importante da economia", afirmou Lobo. "Parte desse crescimento tem a ver com uma dinâmica da economia mais aquecida Há claramente alguma movimentação na economia que sustenta esse setor de transportes, e não um setor pontual."
Os demais avanços ocorreram nos serviços profissionais, administrativos e complementares (0,6%) e nos prestados às famílias (1,5%).
Segundo Lobo, a celebração do carnaval em março ajudou a impulsionar o desempenho dos serviços prestados às famílias, enquanto a realização do festival de música Lollapalooza, em São Paulo, contribuiu também para aumentar a receita do ramo de espetáculos no Rio de Janeiro, onde fica a sede da empresa organizadora do evento.
Na direção oposta, houve queda em informação e comunicação (-0,2%) em março, após um ganho de 3,8% acumulado entre novembro de 2024 e fevereiro de 2025. O segmento de outros serviços ficou estável (0,0%) em março ante fevereiro, após crescer 5,5% nos dois últimos meses.
Com a alta de 0,3% no volume de serviços prestados no País em março ante fevereiro, o setor funcionava em patamar 16,9% superior ao de fevereiro de 2020, antes do agravamento da crise sanitária no País.
Em março, os transportes operavam 19,6% acima do nível pré-pandemia de covid-19, enquanto os serviços prestados às famílias estavam 4,8% acima do patamar de fevereiro de 2020.
Os serviços de informação e comunicação estão 31,1% acima do pré-pandemia, e o segmento de outros serviços está 0,9% acima. Os serviços profissionais e administrativos estão 20,1% acima do patamar de fevereiro de 2020.