ECONOMIA
Gripe aviária no RS pode gerar aumento da oferta e queda de preços em AL
Mesmo sem casos em Alagoas, protocolos de prevenção continuam em vigor, como o monitoramento de granjas comerciais

Alagoas

não registrou até agora casos de gripe aviária, pode se beneficiar desse momento e registrar queda de preços, segundo avaliação do economista Renan Laurentino. O Ministério da Agricultura e Pecuária confirmou duas ocorrências no Rio Grande do Sul, além de seis casos suspeitos, que geraram embargos de importadores do produto.
“Os impactos talvez ocorram no futuro, no curto prazo, com a questão da redução dos preços, por conta do excesso de estoque. É preciso estimular o consumo interno. Sofrem mais o Sul e o Sudeste, que são granjas grandes, indústrias e abatedouros. Vão sentir um pouco mais, porque você deixa de ganhar em euro e em dólar e vão trabalhar com o real, que está mais desvalorizado”, explica o economista.
De acordo com Renan Laurentino, os produtores das localidades afetadas precisam estimular o mercado interno para superar a crise. “Lembrando da lei da oferta e da demanda. Muita oferta de um produto, o preço deles tende a cair. Num momento de crise interna, de alta dos preços da cesta básica, por exemplo, para nós isso é bem interessante. Mas no contexto macroeconômico, não”, lembra.
Ainda sobre a gripe aviária, a Agência de Defesa e Inspeção Agropecuária de Alagoas (Adeal) informou que mesmo sem registros no estado, os protocolos de prevenção continuam em vigor, como o monitoramento de granjas comerciais, criações de subsistência e o atendimento de casos suspeitos.
Segundo a Adeal, a estratégia de vigilância segue ativa desde 2023, quando foi registrado o primeiro caso de gripe aviária no Brasil, em uma ave silvestre. Desde então, o Estado realiza ações de fiscalização preventiva, como parte do plano de defesa sanitária animal.
“A Adeal reforça que a gripe aviária não é transmitida entre humanos, nem por meio do consumo de carne de frango ou ovos. Mesmo assim, a agência orienta que a população compre produtos apenas em estabelecimentos com selo de inspeção sanitária. O consumo de carne de ave permanece seguro. A principal preocupação é com o controle e a notificação de surtos em aves, não com o risco para o consumidor", destaca a agência.
A Agência orienta, ainda, que a população esteja atenta a sinais como mortalidade súbita de aves silvestres ou ornamentais; mortes em massa em granjas comerciais; e comportamentos anormais, como perda de coordenação, espasmos, sintomas respiratórios ou digestivos. Nesses casos, é fundamental realizar a notificação imediata à agência por meio da plataforma Sisbravet ou diretamente com a Adeal.
Nos meses de março e abril, equipes técnicas da Adeal realizaram um inquérito soroepidemiológico em diversas regiões do Estado. As ações incluíram a coleta de amostras de soro, traqueia e cloaca de aves da avicultura industrial e criações de subsistência.
O material foi enviado ao laboratório oficial do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), localizado em Pernambuco. Os resultados ainda não foram divulgados.
As perdas para a exportação são severas, já que são quase dez países que cancelaram os pedidos do frango brasileiro, segundo Laurentino. “Para a macroeconomia, a exportação, isso vai pesar significativamente para a balança comercial e outros fatores, porque é um prejuízo significativo, pelo menos no curto prazo”, conclui o economista.