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Exportações de frutas movimenta mais de US$ 1 milhão em Alagoas

O principal produto da fruticultura alagoana exportado continua sendo o coco

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O principal produto da fruticultura alagoana exportado continua sendo o coco
O principal produto da fruticultura alagoana exportado continua sendo o coco | Foto: Reprodução

As exportações de conservas e preparação de frutas ganharam novo fôlego em Alagoas. De acordo com o Painel de Exportação da Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas), Alagoas movimentou US$ 1.168.001,00 em vendas internacionais, um crescimento de quase 65% em comparação com 2023, quando o volume exportado somou US$ 708.133,00.

O principal produto da fruticultura alagoana exportado continua sendo o coco, com uma elevação impressionante: de 24,41 toneladas, com vendas de US$ 173 mil, em 2023, para 46,16 toneladas e US$ 342 mil, no ano seguinte — uma alta de 98%. Melancia, com negociações de 16,17 toneladas (US$ 14.432,00), e melão, com 12,92 toneladas (US$ 15.415,00), vêm logo atrás, em 2024.

Para o presidente da Associação dos Produtores de Coco de Alagoas (Prococo), Alexandre Lyra, o avanço nas exportações é resultado de uma combinação de fatores climáticos e institucionais. “Houve uma queda significativa na produção de coco nas principais regiões produtoras do mundo, como a Ásia, o que abriu espaço para os derivados brasileiros no mercado global”, explica.

Além do impacto do clima internacional, Lyra destaca a importância da Lei nº 14.975/2024, que instituiu a Política de Incentivo à cocoicultura de qualidade no Brasil.

“Essa lei representou um marco para o setor. A partir do momento em que a cocoicultura foi reconhecida como uma política de Estado, os investimentos começaram a ser tratados com mais seriedade”, avalia.

Segundo ele, a Prococo também está focada na elaboração de normas técnicas que padronizam os derivados do coco, como leite, óleo e coco ralado. “Hoje, não existe diferenciação formal. Queremos nomear corretamente cada produto de acordo com sua qualidade, para que o consumidor saiba o que está comprando”, defende.

Do ponto de vista fiscal e econômico, o Estado vem adotando uma série de medidas para fomentar o setor produtivo e ampliar a competitividade das empresas alagoanas. "O programa Cresce Alagoas, criado em 2024, beneficia 28 segmentos econômicos com regimes especiais de tributação e incentivos fiscais. A agricultura familiar é um dos segmentos contemplados, recebendo tratamento tributário diferenciado para impulsionar a produção e estimular a comercialização, tanto no mercado interno quanto externo", informa o secretário especial da Receita Estadual, órgão da Secretaria de Estado da Fazenda de Alagoas (Sefaz-AL), Francisco Suruagy.

Ainda de acordo com ele, outra medida importante foi a desoneração tributária nas saídas internas de frutas destinadas à produção de polpas, o que tem incentivado o desenvolvimento de indústrias locais e ampliado a circulação dos produtos no mercado regional.

"Essas iniciativas têm contribuído para fortalecer as cooperativas e os pequenos produtores, refletindo não apenas nos números de exportação, mas também na ampliação das vendas para atacadistas e varejistas", concluiu o gestor.

Alagoas no mundo

Com cerca de 22 mil hectares de área plantada com coco, Alagoas já abriga sete grandes indústrias do setor, além de dezenas de pequenos produtores. Os derivados alagoanos estão ganhando espaço em mercados exigentes como China, Estados Unidos, além de países africanos e sul-americanos.

Ainda assim, o Estado enfrenta desafios logísticos e concorre com pólos consolidados, como Minas Gerais, Amapá e Paraíba. Apesar disso, os resultados colocam Alagoas à frente de estados como Mato Grosso do Sul, Amazonas e Roraima no ranking de exportações de frutas em conserva.

Diversificação e estrutura

Para a secretária de Estado da Agricultura, Aline Rodrigues, os números da Abrafrutas refletem o potencial da fruticultura alagoana e reforçam a importância de políticas públicas.

“Estamos atuando junto à Câmara Temática da Agricultura Familiar do Consórcio Nordeste para ampliar o acesso dos nossos produtos ao mercado internacional”, afirma.

A secretária adianta que o Estado participará, no segundo semestre, de uma missão internacional voltada à abertura de mercados na Europa.

“Vamos levar produtos de cooperativas alagoanas para rodadas de negócios em Portugal e para uma feira na Alemanha”, detalha.

Entre as estratégias estaduais para fortalecimento do setor está o programa Planta Alagoas, que distribui mudas de frutas como banana, maracujá e goiaba por meio do projeto Frutifica Alagoas. A iniciativa também prevê a instalação de quatro estufas agrícolas em Rio Largo, Satuba, Murici e Maragogi. A expectativa é beneficiar cerca de 7.500 famílias agricultoras por ano.

As estufas também serão utilizadas para treinamentos e pesquisas, em parceria com o Instituto Federal de Alagoas (Ifal) e a Universidade Federal de Alagoas (Ufal), contribuindo para o aprimoramento técnico dos produtores e o desenvolvimento de novas tecnologias agrícolas.

Com um cenário externo favorável e apoio institucional, a expectativa é de que os números de exportação sigam em crescimento em 2025. “A gente acredita que tende a ser uma melhora esse ano. Estamos trabalhando para qualificar ainda mais os produtos e ampliar os mercados”, conclui Alexandre Lyra.

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