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Tarifaço

Trump diz que deve conversar com Lula 'em algum momento, mas não agora'

O republicano ainda voltou a defender o ex-presidente Jair Bolsonaro, afirmando que ele está sendo tratado de forma injusta por Lula

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“Talvez em algum momento, mas não agora”, disse Trump
“Talvez em algum momento, mas não agora”, disse Trump | Foto: — Foto: Carlos Barria/Reuters

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nessa sexta-feira (11) que pretende conversar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre as novas tarifas aplicadas ao Brasil “em algum momento, mas não agora”.

Na quarta-feira (9), o republicano anunciou, por meio de uma carta enviada a Lula e divulgada em suas redes sociais, que começará a cobrar uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros importados pelos EUA.

“Talvez em algum momento, mas não agora”, disse Trump ao ser questionado pela repórter Raquel Krähenbühl, correspondente da TV Globo em Washington, sobre a possibilidade de conversar com o presidente brasileiro a respeito das tarifas.

Em sua carta, Trump alega que um dos motivos para a taxação é o tratamento “muito injusto” recebido pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, sugerindo que ele estaria sendo perseguido pela Justiça brasileira.

Lula respondeu, também pelas redes sociais, que o Brasil é uma nação soberana e não aceitará ser “tutelado por ninguém”. Os dois presidentes ainda não conversaram, e a expectativa é que a nova tarifa entre em vigor em 1º de agosto.

“Ele está tratando o presidente Bolsonaro de forma muito injusta”, continuou Trump. “Eu o conheço bem, já negociei com ele e ele é um bom negociador. Posso te falar que ele é um homem muito honesto e ama o povo brasileiro.”

“[Bolsonaro] era um cara muito difícil de negociar. Eu não deveria gostar dele porque ele era muito duro nas negociações, mas ele também era muito honesto. E eu sei reconhecer quem é o honesto e quem é o desonesto”, completou Trump.

ssa não foi a primeira vez que Trump saiu em defesa de Bolsonaro — nos últimos dias, o presidente norte-americano publicou diversas mensagens em suas redes sociais sobre o assunto.

Nas postagens, Trump declarou que o ex-presidente deveria ser “deixado em paz” e sugeriu que ele está sendo perseguido. O republicano chegou a utilizar a expressão “caça às bruxas” para se referir ao julgamento de Bolsonaro, que reu no Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado.

Lula respondeu afirmando que o processo judicial contra os envolvidos na tentativa de golpe de Estado de 8 de janeiro de 2023 é de competência exclusiva da Justiça brasileira, e “não está sujeito a nenhum tipo de ingerência ou ameaça que fira a independência das instituições nacionais”.

“O Brasil é um país soberano com instituições independentes que não aceitará ser tutelado por ninguém”, disse Lula, em manifestação oficial após a publicação da carta de Trump nas redes sociais.

Em entrevista ao Jornal Nacional de quinta-feira (10), Lula também disse o Brasil quer negociar, mas cobrou respeito às decisões brasileiras e admitiu responder com tarifas iguais se não houver acordo.

“É importante a gente deixar claro para opinião pública que não é uma taxação ao Brasil. Ele vem taxando todos os países do mundo desde que tomou posse. É um direito dele, mas é um direito dos países reagir”, disse Lula.

Lei de reciprocidade

Sobre as tarifas, o presidente Lula afirmou que a elevação unilateral de tarifas sobre exportações brasileiras anunciadas por Donald Trump será respondida com base na Lei da Reciprocidade Econômica.

A Lei da Reciprocidade Econômica estabelece medidas de resposta em casos de retaliação comercial. Com a nova norma, o país ganha respaldo legal para reagir a ações consideradas injustas — como o tarifaço anunciado por Trump.

Lula, no entanto, ainda não anunciou medidas tarifárias contra os EUA. Em entrevista ao Jornal Nacional, na véspera, o presidente afirmou que deseja negociar com Trump e negou que suas críticas aos EUA tenham motivado a decisão do republicano.

O presidente também considerou "inverossímil o motivo alegado para o aumento da tarifa", destacando que o Brasil mantém um déficit comercial com os EUA — ou seja, importa mais do que exporta — há 15 anos.

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