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Governo não planeja fazer retaliação aos EUA, diz Haddad

Ministro indicou que o governo brasileiro não pretende adotar a lei da reciprocidade, sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em abril

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Ministro diz que próximos passos serão com foco em ações de proteção para "atenuar os efeitos" sobre a indústria e o agronegócio
Ministro diz que próximos passos serão com foco em ações de proteção para "atenuar os efeitos" sobre a indústria e o agronegócio | Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nessa sexta-feira (1º) que o governo federal não pretende adotar medidas com objetivo de retaliar os Estados Unidos em resposta ao tarifaço imposto pelo presidente Donald Trump.

Segundo o ministro, os próximos passos serão com foco em ações de proteção para "atenuar os efeitos" sobre a indústria e o agronegócio.

"Não houve desistência da decisão [de retaliar] porque essa decisão não foi tomada. Nós nunca usamos esse verbo para caracterizar as ações que a economia brasileira vai tomar. São ações de proteção da soberania, proteção da nossa indústria, do nosso agronegócio", disse Haddad a jornalistas.

Segundo o titular da Fazenda, "são medidas de reação a uma ação injustificável e proteção da economia e soberania brasileiras. Essa palavra [retaliação] não figurou no discurso do presidente e de nenhum ministro".

Com isso, o ministro indicou que o governo brasileiro não pretende adotar a lei da reciprocidade, sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em abril — que prevê contramedidas em casos de retaliações comerciais externas.

Hoje, o Brasil segue as normas da Organização Mundial do Comércio (OMC), que impedem tarifas discriminatórias contra países específicos. Mas, com a nova legislação, o país passa a ter instrumentos legais para responder a ações consideradas injustas, como o tarifaço de Trump.

"Nós entendemos que há canais competentes, nos quais o Brasil pode defender seus interesses na OMC [Organização Mundial do Comércio], na justiça americana, onde vários empresários tanto dos Estados Unidos quanto do Brasil estão recorrendo para salvaguardar seus interesses. E, sim, buscar os canais diplomáticos competentes para atenuar os efeitos da decisão sobre a economia brasileira", acrescentou o ministro da Fazenda.

Em conversa com jornalistas no Ministério da Fazenda nesta sexta, Haddad avaliou que as tarifas impostas pelo republicano são "deliberadamente políticas".

Alíquota de 50% e exceções

O decreto assinado na quarta-feira (30) pelo presidente Donald Trump elevou para 50% a alíquota sobre produtos brasileiros, mas também trouxe uma lista de 700 exceções que beneficiam segmentos estratégicos como o aeronáutico, o energético e parte do agronegócio.

Na quinta (31), Haddad afirmou que o decreto, considerando a lista de exceções, acabou sendo melhor que o esperado. No entanto, defendeu que há casos dramáticos entre os setores afetados.

De acordo com o vice-presidente Geraldo Alckmin, cerca de 35,9% das exportações brasileiras aos EUA serão afetadas pela tarifa de 50%, anunciada pelo presidente Donald Trump.

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