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Nº 5900
Economia

Produtores criticam pre�o da cana

A ajuda do governo federal para produtores de cana do Nordeste, sob a forma de preço mínimo, instituído na semana passada pela medida provisória 449, não deve resolver a crise de descapitalização do setor. De acordo com a Associação dos Plantadores de Can

Por | Edição do dia 14/12/2008 - Matéria atualizada em 14/12/2008 às 00h00

A ajuda do governo federal para produtores de cana do Nordeste, sob a forma de preço mínimo, instituído na semana passada pela medida provisória 449, não deve resolver a crise de descapitalização do setor. De acordo com a Associação dos Plantadores de Cana (Asplana), entidade que reúne o maior número de filiados da categoria em Alagoas, muitos continuam sem receber pela cana entregue às usinas ainda no início da safra, em meados de outubro. Para o setor produtivo, a ajuda federal é quase inútil porque não representa a regulamentação da qual realmente precisa; individualmente é limitada porque, avalia o setor, não injetará recursos em montante considerável na região. ### Valor estipulado não deve ter impacto em Alagoas O mecanismo do preço mínimo é usado para ajudar produtores de vários segmentos de cultura, mas está mais ligado às mantidas em pequenas propriedades ou que se caracterizam por ser de itens que compõem a agricultura familiar. A intervenção do governo federal é viabilizada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Na maioria dos casos, a própria companhia adquire determinadas quantidades, para que o produtor não comprometa sua atividade quando os preços de seu produto caírem demais no mercado. Para chegar ao valor a ser pago aos fornecedores de cana, o governo federal encomendou levantamento a uma equipe de dez técnicos da Conab, que percorreu três usinas, entre os dias 27 e 29 de maio deste ano; uma em Ribeirão (PE) e as unidades alagoanas Camaragibe, em Matriz do Camaragibe, e Caetés, em São Miguel dos Campos. ### ENTENDA A AJUDA ›› O governo definiu como limite de custo de produção o valor de R$ 42,90 por tonelada de cana. ›› O fornecedor que obtiver valor abaixo disso está apto a receber a ajuda do governo federal – desde que atenda ainda a algumas condições: a ajuda incide apenas sobre 10 mil toneladas de cana (se produzir mais que isso, só receberá a ajuda sobre a quantidade definida pelo governo); a ajuda é de R$ 5,00 e proporcional à diferença para chegar aos R$ 42,90. Por exemplo: se o produtor receber R$ 37,90 por tonelada de cana, o governo paga a ajuda de R$ 5 integralmente. Mas, se a usina para a qual fornece a cana pagar R$ 40 por tonelada de cana ao fornecedor, a ajuda do governo cai para R$ 2,90. De acordo com a Asplana, a maioria dos fornecedores já recebe mais que o valor definido pelo governo e os custos de produção estão bem acima do limite estabelecido pela Medida Provisória: já passaram dos R$ 50. /// Colheita da cana-de-açúcar começou em meados de setembro e deve ser concluída em março. Foto: Robson Lima

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