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EXPANSÃO

Empresas alagoanas ampliam presença no Nordeste com filiais

Junta Comercial contabiliza 2.132 unidades fora de Alagoas; principais estados de destino são Pernambuco, Sergipe e Bahia

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João Marcelo Loureiro é CEO do Grupo Ginseng e a 2ª geração da família na empresa
João Marcelo Loureiro é CEO do Grupo Ginseng e a 2ª geração da família na empresa | Foto: @Ailton Cruz

Experimentar um produto, gostar e pensar: “eu poderia vender isso” é algo que, provavelmente, já passou pela cabeça de muita gente. Concretizar essa ideia, no entanto, é mais raro. Mas essa é, basicamente, a história do Ginseng, grupo alagoano que há 43 anos trabalha com a marca O Boticário e suas linhas.

Atualmente, eles são o segundo maior franqueado da empresa no Brasil — e também a segunda empresa alagoana que mais abriu franquias fora do estado nos últimos dois anos, segundo dados da Junta Comercial de Alagoas (Juceal), atrás apenas de uma locadora de veículos.

Foram 25 lojas abertas na Bahia e em Sergipe entre julho de 2023 e julho de 2025. A expansão para além dos limites de Alagoas, no entanto, começou em 2018, como conta João Marcelo Loureiro, CEO e um dos proprietários do grupo.

O início de tudo foi com sua mãe, Ana Loureiro, que ganhou uma colônia Acqua Fresca, gostou, leu o rótulo, entrou em contato com a fábrica e, desde então vende os produtos.

O movimento de empresas alagoanas expandindo para outros estados é atestado pela Juceal: foram 554 filiais abertas nos últimos dois anos, sendo 211 apenas em 2025. No mesmo período, 88 filiais foram extintas. Os principais destinos das empresas de Alagoas são Pernambuco (509), Sergipe (235) e Bahia (227). Ao todo, são 2.132 filiais de empresas alagoanas fora do estado.

João Marcelo explica que, à medida que outros franqueados do Boticário foram deixando o negócio, o Ginseng adquiriu as lojas. A única capital em que atuam é Maceió; nos demais estados, estão em cidades do interior, mas com grande porte, como Vitória da Conquista (BA). Atualmente, o grupo possui quase mil colaboradores e 97 operações.

O CEO destaca que o crescimento se deve à estrutura administrativa do grupo, que conta com governança corporativa, conselho consultivo, governança familiar, conselho de família e conselho de sócios.

Temos um back office robusto, muito investimento em pessoas, tecnologia, gestão e governança. Tudo isso nos cria possibilidades de continuar crescendo. A franquia acredita no trabalho e entende que temos capacidade de ir mais longe

João Marcelo Loureiro - CEO do Grupo Ginseng

O grupo foi certificado pelo quarto ano consecutivo como excelente lugar para trabalhar pelo Great Place to Work (GPTW).

CARAJÁS E PALATO TAMBÉM EXPANDEM

Alexandre Mendonça é presidente do Conselho de Administração da Carajás
Alexandre Mendonça é presidente do Conselho de Administração da Carajás | Foto: Divulgação

Fundada há 25 anos, a Carajás é outro exemplo de empresa alagoana em expansão para outras unidades federativas. Iniciada como uma pequena loja de material de construção, a empresa cresceu com foco no cliente, humildade e integridade nas relações.

O sócio e presidente do Conselho de Administração, Alexandre Mendonça, afirma que a ideia de expandir surgiu quando o modelo de negócio se consolidou. “O primeiro passo foi a filial em João Pessoa, na Paraíba, que abriu portas para entendermos os desafios logísticos, culturais e operacionais de atuar fora da nossa base”, detalha.

Ele explica que cada estado tem suas particularidades — desde questões tributárias até o perfil do consumidor. “Tivemos que adaptar processos e fortalecer a estrutura logística e de tecnologia. Além disso, formar times locais alinhados à cultura da Carajás foi essencial para manter a qualidade de atendimento que oferecemos em Alagoas.

Hoje são 12 lojas em cinco estados do Nordeste, e a empresa prepara novos formatos, como o Carajás Express, com unidades mais compactas e estratégicas.

“Nosso plano é continuar crescendo com responsabilidade financeira, buscando eficiência e proximidade com o cliente”, frisa Mendonça.

Alexandre Mendonça - Presidente do Conselho de Administração da Carajás

Para ele, o maior diferencial está na conexão com a região. “Conhecemos profundamente o cliente nordestino, temos agilidade para tomar decisões e oferecemos um atendimento humanizado, com variedade e preços competitivos. Essa proximidade faz com que sejamos mais do que uma loja: somos parceiros na construção e no sonho de cada cliente.

Já o Palato, supermercado alagoano fundado em 1992, conta quatro lojas em Alagoas e uma no Recife. Uma nova unidade deve ser aberta nos próximos meses na capital pernambucana.

Na rede, o destaque é a experiência de comprar produtos nacionais e importados em um supermercado com prateleiras baixas e que toca, por exemplo, Lana Del Rey como música ambiente.

A expansão para o Recife surgiu após o convite de um empresário amigo, prontamente aceito. A assessoria da empresa informou que a marca busca consolidação no mercado nordestino, tendo como premissa a atitude comercial transparente e responsável.

ECONOMIA E INFRAESTRUTURA IMPULSIONAM A TENDÊNCIA

Para o economista Fábio Leão, fatores como tecnologia, investimentos em infraestrutura e maturidade empresarial ajudam a explicar essa recente tendência de expansão interestadual.

“Embora não haja dados específicos sobre transformações recentes na economia alagoana que motivem esse movimento, é possível que fatores como incentivos fiscais, melhorias no ambiente de negócios e crescimento da infraestrutura estejam contribuindo para o avanço das empresas locais”, detalha.

Ele destaca ainda que a facilidade no registro de filiais em outros estados, proporcionada pela integração digital das juntas comerciais, também pode estar impulsionando esse processo de expansão.

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Alagoas Economia expansão empresarial franquias Nordeste

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