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Copom mantém taxa básica de juros em 15% ao ano

Decisão do BC era largamente esperada pelo mercado financeiro devido à comunicação do Copom no encontro passado

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A taxa já havia ficado estável na última reunião, em julho
A taxa já havia ficado estável na última reunião, em julho | Foto: Divulgação

O Banco Central decidiu manter nessa quarta-feira (17), a taxa Selic em 15% ao ano no Comitê de Política Monetária (Copom) desta quarta-feira, com apoio unânime da diretoria liderada por Gabriel Galípolo. A taxa já havia ficado estável na última reunião, em julho.

Mesmo assim, o nível dos juros básicos é o maior em 19 anos, desde julho de 2006. Em um comunicado com poucas novidades, o BC pregou cautela e indicou que deve manter a taxa atual por "período bastante prolongado".

A decisão do BC era largamente esperada pelo mercado financeiro devido à comunicação do Copom no encontro passado. Na ocasião, o comitê já havia indicado uma "continuação na interrupção no ciclo de alta de juros".

Desta vez, o BC retirou essa frase, mas afirmou que vai continuar avaliando se " manutenção do nível corrente da taxa de juros por período bastante prolongado é suficiente para assegurar a convergência da inflação à meta", que é de 3,0%. Atualmente, o BC prevê que o IPCA alcance 3,4% no primeiro trimestre de 2027, prazo com o qual trabalha para colocar a inflação na meta.

"O cenário atual, marcado por elevada incerteza, exige cautela na condução da política monetária. O Comitê seguirá vigilante, avaliando se a manutenção do nível corrente da taxa de juros por período bastante prolongado é suficiente para assegurar a convergência da inflação à meta. O Comitê enfatiza que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados e que não hesitará em retomar o ciclo de ajuste caso julgue apropriado", disse o BC no comunicado dessa quarta.

Depois de um ciclo "rápido e firme" de elevação da Selic, que totalizou 4,5 pontos percentuais em nove meses, o BC tem adotado uma postura cautelosa diante de um ambiente de elevada incerteza para alcançar o objetivo de colocar a inflação na meta, que é de 3,0%, com limite de tolerância de 1,50% a 4,50%. O Copom vem indicando que é necessário que os juros permaneçam em "patamar significativamente contracionista por período bastante prolongado".

"O cenário segue sendo marcado por expectativas desancoradas, projeções de inflação elevadas, resiliência na atividade econômica e pressões no mercado de trabalho. Para assegurar a convergência da inflação à meta em ambiente de expectativas desancoradas, exige-se uma política monetária em patamar significativamente contracionista por período bastante prolongado", disse no comunicado.

Recentemente, as expectativas de inflação começaram a dar sinais mais consistentes de que o trabalho do BC tem surtido efeito, sobretudo devido ao movimento de baixa nos horizontes mais longos, como 2027 e 2028, mas projeções ainda estão longe da meta de 3,0%. Até o Copom passado, a redução nas expectativas se concentrava principalmente em 2025.

Desde o encontro de julho, a previsão mediana para o IPCA de 2025 caiu de 5,09% para 4,83% no Boletim Focus. Para 2026, a queda foi de 4,44% para 4,30%, enquanto para 2027 houve recuo de 4,00% para 3,90% e, para 2028, de 3,80% para 3,70%. Apesar disso, o BC, ao menos no comunicado, não fez nenhuma menção a uma possível melhora nas projeções do mercado.

Os dados mais recentes de IPCA, mesmo com a deflação em agosto (-0,11%), mostraram que os preços de serviços ainda inspiram cuidados, sobretudo em um ambiente que o mercado de trabalho segue bastante aquecido e que a economia desacelera gradualmente. Em relação a esse ponto, o BC também manteve uma avaliação conservadora.

"O conjunto dos indicadores de atividade econômica segue apresentando, conforme esperado, certa moderação no crescimento, mas o mercado de trabalho ainda mostra dinamismo. Nas divulgações mais recentes, a inflação cheia e as medidas subjacentes mantiveram-se acima da meta para a inflação."

Um alívio para o BC é o início do processo de queda de juros pelo Federal Reserve (Fed, banco central americano) nesta quarta-feira. A redução da taxa foi de 0,25 ponto percentual, para faixa de 4% a 4,25%, e ocorre sob forte pressão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre o banco central do país. Por outro lado, a ofensiva comercial de Trump ainda traz muita incerteza para o cenário global.

No comunicado, o BC se limitou a dizer que ambiente externo se "mantém incerto" em função da conjuntura e da política econômica nos Estados Unidos. "Consequentemente, o comportamento e a volatilidade de diferentes classes de ativos têm sido afetados, com reflexos nas condições financeiras globais. Tal cenário exige particular cautela por parte de países emergentes em ambiente marcado por tensão geopolítica."

Em relação ao tarifaço de Trump, o comitê afirmou que segue acompanhando os anúncios referentes à imposição de tarifas comerciais ao Brasil, assim como os desenvolvimentos fiscais domésticos. Segundo o BC, os dois pontos reforçam a "postura de cautela em cenário de maior incerteza".

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