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Governo Central

Contas públicas têm déficit de R$ 14,5 bilhões em setembro

Resultado negativo é o pior para o mês desde 2020, quando déficit chegou a R$ 76,1 bilhões

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As contas do governo central registraram déficit primário de R$ 14,5 bilhões em setembro de 2025, informou nessa quinta-feira (30) o Tesouro Nacional. O resultado é o pior para o mês de setembro desde 2020, quando o déficit havia sido de R$ 76,1 bilhões.

No acumulado de janeiro a setembro deste ano, o governo central registra um déficit de R$ 100,4 bilhões, uma melhora na comparação com o mesmo período do ano passado, quando o resultado negativo foi de R$ 103,6 bilhões.

As contas do governo central incluem Tesouro Nacional, Banco Central e Previdência Social.

O resultado deficitário entre janeiro e setembro se refere sobretudo a um aumento das despesas com benefícios previdenciários e com o BPC (benefício de prestação continuada), que cresceram em R$ 31 bilhões e R$ 8,9 bilhões, respectivamente. A expansão desses gastos tem sido foco de atenção da equipe econômica.

Além das despesas com beneficiários, os reajustes concedidos aos servidores públicos também tiveram impacto nas contas públicas, segundo o Tesouro, com aumento de R$ 10,9 bilhões nas despesas

De acordo com a Fazenda, houve aumento de 5,7%, ou R$ 10,2 bilhões, nas despesas totais do governo central em setembro deste ano na comparação com o ano passado. O impacto veio sobretudo pelo aumento das despesas discricionárias do Executivo, que aumentaram R$ 10,6 bilhões, principalmente para gastos em saúde.

Do resultado do mês, o Tesouro e o Banco Central registraram superávit de R$ 6,4 bilhões, enquanto a Previdência Social teve déficit de R$ 20,9 bilhões.

Já o crescimento da receita líquida em setembro foi de 0,6%, ou R$ 1,1 bilhão. O avanço foi puxado pelo aumento de 11,9% na arrecadação líquida para o RGPS. Segundo o tesouro, o resultado foi influenciado pela dinâmica positiva de mercado de trabalho, que registra recordes de menor nível de desemprego, e pelo aumento dos recolhimentos para o Simples Nacional previdenciário.

Nesta quarta (29), a Câmara dos Deputados aprovou medidas de cortes de gastos com impacto de R$ 15 bilhões. O projeto contém algumas regras previstas na MP (medida provisória) do aumento de impostos, derrubada pela Casa no início de outubro.

No projeto aprovado na quarta, a Câmara também derrubou parte das propostas de contenção de gastos, como o limite orçamentário do seguro-defeso.

Segundo Rogério Ceron, secretário do Tesouro, o governo ainda avalia as perdas que essas mudanças devem representar, mas a expectativa é de que não seja uma monta elevada em termos gerais.

Ceron comentou ainda sobre a possibilidade de o TCU exigir que o governo tenha como alvo o centro da meta fiscal. Neste mês, o ministro Benjamin Zymler, da corte de contas, autorizou que o governo seguisse perseguindo o piso da meta de resultado primário, em vez do centro, em 2025.

No entanto, ele rejeitou o recurso da União para os anos seguintes e manteve o entendimento que vai exigir maior esforço fiscal. A decisão não é definitiva e ainda precisa ser submetida ao plenário da corte de contas.

"A área técnica tem um entendimento jurídico de que só há contingenciamento quando excedo o piso da meta. A intenção é pacificar entendimento e resolver."

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