Efeito Trump
Exportações alagoanas recuam 35% em outubro, aponta ministério
Resultado foi influenciado pelo tarifaço imposto pelos Estados Unidos aos produtos brasileiros


Depois de registrarem um crescimento de 25,7% em setembro — segundo mês do tarifaço imposto pelos Estados Unidos aos produtos brasileiros —, as exportações alagoanas recuaram 35% em outubro, na comparação com o mesmo mês do ano passado, segundo levantamento divulgado nessa sexta-feira (7), pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic).
De acordo com os dados, a venda de produtos alagoanos para o exterior movimentou US$ 53,5 milhões (o equivalente a R$ 285,5 milhões no câmbio atual). Já as importações apresentaram um crescimento de 18,7% no mês, somando US$ 110,6 milhões (R$ 590,2 milhões).
O resultado das exportações no mês de outubro foi puxada pela retração nas vendas para os Estados Unidos, que apresentou uma queda de 98,9%. Em números absolutos, isso significa US$ 9,4 milhões a menos em relação a outubro de 2024.
Com isso, a balança comercial alagoana — diferença entre exportações e importações — apresentou um déficit de US$ 57,1 milhões (R$ 304,7 milhões).
No acumulado do ano, as exportações alagoanas movimentaram US$ 646,2 milhões, uma queda de 5,2% ante o mesmo período de 2024. Já as importações cresceram 28,1% e somaram US$ 896,9 milhões. O resultado fez com que a balança comercial registrasse um déficit de US$ 250,8 milhões no período — o equivalente a R$ 1,3 bilhão.
Singapura, que assumiu a liderança como maior comprador de produtos alagoanos no mês passado, caiu para o segundo lugar, com a aquisição de 46,5% de todo o produto exportado por Alagoas. Em números absolutos, foram US$ 24,9 milhões, um crescimento de 34,7% em relação ao mesmo período do ano passado. O Canadá aparece em primeiro lugar, com 47,4% (ou US$ 25,4 milhões).
Nacionalmente, a diversificação das exportações para a Ásia e a Europa compensou os efeitos do tarifaço dos Estados Unidos, três meses após a retaliação comercial do governo de Donald Trump. As vendas do Brasil para o exterior cresceram 9,1% em outubro na comparação com o mesmo mês do ano passado, batendo recorde para o mês desde o início da série histórica, em 1989.
O crescimento ocorreu mesmo com a forte queda de 37,9% nas vendas para os Estados Unidos.
Segundo o levantamento, as exportações somaram US$ 31,97 bilhões no mês passado, enquanto as importações atingiram US$ 25,01 bilhões, resultando em superávit comercial de US$ 6,96 bilhões.
A retração nas exportações para os Estados Unidos, impactadas pelo tarifaço implementado pelo governo norte-americano, levou a uma queda de 24,1% nas vendas para a América do Norte. Essa foi a única região com redução nas exportações em outubro.
O principal fator do encolhimento das vendas para a América do Norte foi a queda de 82,6% nos embarques de petróleo, equivalente a perda de US$ 500 milhões. Também recuaram as vendas de celulose (43,9%), óleos combustíveis (37,7%) e aeronaves e partes (19,8%).
“Mesmo produtos que não foram tarifados, como óleo combustível e celulose, sofreram queda”, informou o diretor de Estatísticas e Estudos de Comércio Exterior do Mdic, Herlon Brandão.
