Consumo
Salários de fim de ano devem injetar R$ 6,5 bilhões na economia de Alagoas
Cálculo leva em conta pagamento de trabalhadores públicos e celetistas, incluindo três folhas que restam


Com a proximidade do fim de novembro, começam os pagamentos do 13º salário de servidores públicos e celetistas, além da antecipação salarial de grande parte do funcionalismo e parcelas destinadas a previdenciários e beneficiários de programas sociais. Esses recursos até a conclusão de dezembro devem gerar um valor aproximado de R$ 6,5 bilhões, montante que deve ser injetado na economia alagoana.
O cálculo feito pelo economista alagoano Cícero Péricles aponta que, do total previsto de R$ 6,5 bilhões, está incluso o pagamento de três folhas do funcionalismo estadual – as de novembro e dezembro mais a do 13º salário –, num prazo de apenas 25 dias. Isso movimentará a economia local pelo volume pago – três folhas de R$ 500 milhões representam uma soma de 1,5 bilhão de reais –, e pela capilaridade do conjunto de 77 mil servidores públicos da ativa, aposentados e pensionistas.
Já anunciado pelo governador Paulo Dantas (MDB), o primeiro pagamento, correspondente ao 13º salário será no dia 26 (quarta-feira); o segundo será dois dias depois (28 de novembro) e o terceiro acontecerá no dia 19 de dezembro, cinco dias antes do Natal, quando será efetivado o salário de dezembro. “Num intervalo de vinte e cinco dias os servidores estaduais terão no bolso – ou no banco – a renda equivalente de três meses. Essa renda acumulada de fim de ano sempre dá uma sensação maior de poder de compra”, destaca Cícero Péricles.
O impacto na economia é grande, avalia o economista, porque a chegada desse dinheiro pago pelo Estado até a terceira semana de dezembro coincidirá com o pagamento dos 480 mil trabalhadores do setor privado com contrato formal, com dois valores aproximados de R$ 1 bilhão nos meses de novembro de dezembro e uma parcela do 13º salário. Somados, esses pagamentos dos trabalhadores celetistas chegarão a R$2,5 bilhões.
“Ao mesmo tempo, os beneficiários da Previdência receberão os dois pagamentos mensais regulares de R$ 750 milhões, mais a 13ª parcela para aqueles que têm direito, resultando em quase R$ 2 bilhões. Essa renda geral ainda contará com os pagamentos do Bolsa Família, de duas parcelas de R$ 350 milhões mensais. No total, espera-se que os pagamentos mensais regulares e do 13º salário, mais a 13ª parcela dos previdenciários, coloquem nas mãos dos consumidores um valor aproximado de R$ 6,5 bilhões até o final do ano”, explica Cícero Péricles.
Esses recursos impactam a economia estadual e devem gerar um forte aumento das vendas nos setores de comércio e serviços, os dois setores econômicos mais importantes de Alagoas e que representam 70% da economia estadual. São eles que concentram o maior número de empresas e são, também, os responsáveis pelo maior número de empregos formais e pela maior parte dos impostos estaduais.
Segundo Cícero Péricles, o comércio e o setor de serviços são os mais beneficiados nessa época do ano. Além disso, as festas de Natal e Ano Novo coincidem com o recesso escolar e, em muitos casos, com as férias no trabalho. “Tradicionalmente, esse período gera uma demanda no comércio por presentes ou pela renovação de alguns bens, sejam roupas, calçados, produtos de beleza, eletroeletrônicos; e o setor de serviços, por sua vez, fatura em cima das festas, das viagens, dos eventos familiares e dos momentos de entretenimento”, comenta Cícero Péricles.
CAUTELA NO CONSUMO
O economista Cícero Péricles lembra que o clima festivo de fim de ano, o último bimestre, aumenta a pressão do consumo pela combinação de mais renda com o a propaganda comercial que incentivam as compras. Trata-se de um período interessante, mas o cidadão que está recebendo o salário regular e o 13º deve ter cautela.
“Porque o mês de janeiro sempre chega com todas as despesas regulares e o novo salário ou a parcela da previdência somente aparecerá no final de janeiro. A orientação de todos os especialistas que trabalham com finanças pessoais é a mesma: em primeiro lugar pagar dívidas; segundo passo é evitar compras por impulso, gastar com moderação, dentro de suas possibilidades, e, se possível, fazer uma poupança para as despesas do começo de ano”, alerta o economista.
