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Comércio exterior

Após dois meses de queda, exportações de AL para os EUA sobem 3.000%

De acordo com os dados, no mês passado as vendas alagoanas para os EUA renderam US$ 6,5 milhões (R$ 34,5 milhões no câmbio atual)

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Com o desempenho de novembro, os EUA saíram do sétimo lugar no ranking das exportações alagoanas para 5º
Com o desempenho de novembro, os EUA saíram do sétimo lugar no ranking das exportações alagoanas para 5º | Foto: — Foto: Divulgação

Depois de registrarem dois meses seguidos de queda em decorrência do tarifaço imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, aos produtos brasileiros, as exportações alagoanas para o país norte-americano apresentou crescimento em novembro, segundo levantamento divulgado na quinta-feira (4), pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic).

De acordo com os dados, no mês passado as vendas alagoanas para os EUA renderam US$ 6,5 milhões (R$ 34,5 milhões no câmbio atual). O montante representa um crescimento de 3.035% ante outubro, quando as exportações para o país recuaram 98,9%.

Com o desempenho de novembro, os EUA saíram do sétimo lugar no ranking das exportações alagoanas para 5º, com participação de 10,2% no volume vendido por Alagoas aos outros países.

O Canadá lidera o ranking, com participação de 31,6%. Apesar disso, a venda alagoana para o país recuaram 57,6% em novembro, somando US$ 19,9 milhões (o equivalente a R$ 105,6 milhões). A Síria aparece em seguida, com participação de 14% - movimentando US$ 8,8 milhões.

Apesar do expressivo crescimento das exportações para os EUA, o desempenho das vendas externas de Alagoas registrou uma queda de 26,9% em novembro, somando US$ 63,1 milhões. Já as importações cresceram 17,1% e movimentaram US$ 100 milhões. Com isso, a balança comercial do estado atingiu um déficit de US$ 37,2% no mês.

No acumulado do ano, as exportações somam US$ 709,2 milhões (R$ 3,7 bilhões), uma queda de 7,6% ante o mesmo período de 2024. Já as importações atingiram US$ 1 bilhão (R$ 5,3 bilhões), um crescimento de 28,6%. A diferente entre importação e exportação - a chamada balança comercial - registrou um déficit de US$ 301,3 milhões (R$ 1,5 bilhão).

Em nível nacional, a balança comercial registrou o menor superávit para meses de novembro em quatro anos, segundo os dados do Mdic. O resultado foi puxado pelo crescimento das importações e pela queda nas exportações de petróleo.

No mês passado, as exportações superaram as importações em US$ 5,842 bilhões, queda de 13,4% em relação ao superávit de US$ 6,746 bilhões no mesmo mês de 2024. Esse é o pior resultado da balança comercial para meses de novembro desde 2021. Naquele mês, houve déficit de US$ 1,11 bilhão.

O valor das exportações e das importações ficou o seguinte: exportações - US$ 28,515 bilhões, alta de 2,4% em relação a novembro do ano passado; importações - US$ 22,673 bilhões, alta de 7,4% na mesma comparação.

O valor das exportações bateu recorde para meses de novembro desde o início da série histórica, em 1989. As importações também atingiram valor recorde para o mês.

De janeiro a novembro, a balança comercial registra superávit de US$ 57,839 bilhões. O valor é 16,8% inferior ao registrado no mesmo período do ano passado e o menor para o período desde 2022.

A composição ficou a seguinte: exportações - US$ 317,821 bilhões, alta de 1,8% em relação ao registrado no mesmo período do ano passado; importações - US$ 259,983 bilhões, alta de 7,2% na mesma comparação.

Na distribuição por setores da economia, as exportações em novembro cresceram da seguinte forma:

Agropecuária: +25,8%, com alta de 20,1% no volume e de 4,1% no preço médio;

Indústria extrativa: -14%, com queda de 9,8% no volume e de 4,8% no preço médio;

Indústria de transformação: +3,7%, com alta de 5,2% no volume e queda de 2% no preço médio.

Produtos

Os principais produtos responsáveis pelo crescimento das exportações em novembro foram os seguintes:

Agropecuária: soja (+64,6%); milho não moído, exceto milho doce (+12,6%); e café não torrado (+9,1%);

Indústria de transformação: produtos semiacabados, lingotes e outras formas primárias de ferro ou aço (+102%); aeronaves e componentes (+86,1%); e carne bovina (+57,9%);

Na indústria extrativa, os principais produtos que puxaram a queda das exportações do setor são os seguintes: minérios de cobre e seus concentrados (-64,2%) e óleos brutos de petróleo (-21,3%).

No caso do petróleo bruto, a queda nas exportações chega a US$ 963 milhões em relação a novembro de 2024. Tradicionalmente, as vendas de petróleo registram forte variação mensal por causa da manutenção programada de plataformas.

Em relação às importações, o crescimento está vinculado à recuperação da economia, com o aumento do consumo e dos investimentos. Na divisão por categorias, os principais produtos são os seguintes:

Agropecuária: centeio, aveia e outros cereais, não moídos (+332,8%) e soja (+2.753%)

Indústria extrativa: carvão não aglomerado (+53,4%), linhita e turfa (+36,6%) e gás natural (+20,5%);

Indústria de transformação: combustíveis (+63,7%), motores e máquinas não elétricos (+46,4%) e máquinas de processamento automático de dados (+115,3%).

Projeções

Para este ano, o Mdic projeta superávit comercial de US$ 60,9 bilhões. As exportações deverão encerrar o ano em US$ 344,9 bilhões; e as importações, em US$ 284 bilhões.

As projeções são revisadas a cada três meses. A estimativa anterior, divulgada em julho, ainda não considerava os efeitos do tarifaço dos Estados Unidos. No ano passado, a balança comercial registrou superávit de US$ 74 bilhões. O recorde de superávit foi anotado em 2023, quando o resultado positivo ficou em US$ 98,9 bilhões.

As estimativas do Mdic estão mais pessimistas que a das instituições financeiras. Segundo o boletim Focus, pesquisa semanal do Banco Central com analistas de mercado, a balança comercial encerrará o ano com superávit de US$ 62,85 bilhões.

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