Aluguel por temporada em Alagoas cresce 10% e impulsiona mercado imobiliário

A procura por imóveis por temporada em Alagoas registrou um aumento de 10% no período de dezembro e janeiro em comparação ao ano passado, consolidando Maceió como um dos destinos mais procurados por turistas no Brasil durante o verão. O crescimento reforça a relevância do setor de aluguel por curta temporada, que movimenta tanto turistas quanto o mercado imobiliário local.

De acordo com Sérgio Cabral, presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis de Alagoas (Creci-AL), as construtoras já têm investido em empreendimentos exclusivamente voltados para aluguel por temporada, antecipando desafios legais e estruturais.

“No próximo Código Civil, você terá que autorizar o uso da plataforma. Hoje, quem quer proibir precisa entrar na Justiça ou fazer reunião de condomínio. Mas as construtoras já estão pensando nisso e criando prédios exclusivamente voltados para aluguéis de curta temporada, preparados para as plataformas digitais”, explica.

Esses empreendimentos são planejados pensando em praticidade, conforto e segurança, com imóveis já mobiliados e equipados, facilitando a experiência dos turistas e garantindo retorno financeiro mais seguro para os proprietários. Cabral ressalta que a preocupação das construtoras vai além do lucro: trata-se também de evitar conflitos com moradores e problemas de gestão, garantindo que a ocupação temporária não prejudique a convivência nos prédios.

“O mercado percebeu que há espaço para imóveis voltados exclusivamente para locação por temporada. Isso evita problemas futuros de convivência nos condomínios e oferece uma experiência completa para os turistas, com conforto, privacidade e infraestrutura adequada”, complementa Cabral.

Segundo Samir Renato, corretor de imóveis, essa estratégia das construtoras contribui para profissionalizar ainda mais o setor: “O aluguel por temporada hoje é um dos melhores momentos para o mercado imobiliário de Alagoas. Com prédios construídos especificamente para isso, o turista encontra tudo que precisa, do mobiliário à área de lazer, e os proprietários têm maior segurança jurídica e retorno financeiro mais estável”.

Segundo Samir, o perfil dos turistas que optam pelo aluguel por temporada é majoritariamente de famílias e casais entre 25 e 55 anos, vindos principalmente de São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Minas Gerais e, em menor proporção, do Rio Grande do Sul.

“A grande maioria ainda é família, mas fora da temporada, os casais predominam. Já grupos de amigos aumentam bastante em feriados e no verão. Procuram conforto, privacidade e uma boa localização”, acrescenta Samir.

Durante a alta temporada, os turistas costumam permanecer entre 4 e 7 dias, enquanto na baixa temporada, a estadia média varia de 2 a 4 dias. O mercado também registra demanda crescente para viagens corporativas, com pessoas a trabalho ou empresas utilizando imóveis por temporada. “Estou vendo bastante demanda nesse sentido também”, destaca Samir.

O período de maior procura concentra-se em dezembro, janeiro, fevereiro e julho, enquanto junho é movimentado por conta das festas de São João, que atraem turistas do Nordeste.

“O pico sempre será em dezembro e janeiro, fevereiro e julho. Na verdade, julho são as férias de meio de ano lá do Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Junho também vem acontecendo muito forte por conta das festividades de São João que hoje estão sendo feitas aqui. Mas quando se fala de junho, a gente tem uma busca mais regional, mais gente do Nordeste termina vindo para cá. Também setembro e novembro. É uma época em que o mar está mais limpinho, está mais cristalino, então termina tendo uma demanda maior também”, afirma Samir.

Ele explica que o planejamento das reservas varia conforme a época do ano. Para o Réveillon e festas de fim de ano, turistas costumam reservar com antecedência de 5 a 10 meses, evitando altas de preços. Já para outros períodos, a locação é feita com semanas ou dias de antecedência.

As regiões mais procuradas continuam sendo Ponta Verde, Jatiúca e Pajuçara, principalmente por turistas do Sul, Sudeste e Centro-Oeste. No entanto, áreas como Cruz das Almas têm registrado crescimento devido a novos empreendimentos e maior praticidade de localização. A Barra de São Miguel tem atraído o público de alto padrão.

“A maior demanda é por apartamentos mobiliados, mais voltados para estúdio, um quarto e dois quartos. Isso por conta de que eles buscam um apartamento que venha a atender a necessidade da quantidade de pessoas, que tenha uma área de lazer bacana para poder também usufruir no prédio e o apartamento, quando ele tem uma decoração bacana, que tem os móveis bons, terminam sendo bem mais requisitados”, Samir.

Gastos por aluguel

O ticket médio por diária varia entre R$250 e R$800, dependendo do tamanho do imóvel, da época do ano e da qualidade da decoração e mobiliário.

“O Airbnb hoje trouxe uma visibilidade, trouxe segurança para quem quer fazer uma locação por temporada. Isso ajuda também nos preços que são bem competitivos, porque antigamente existiam assim muitos golpes, principalmente quando o pessoal fazia aquela questão de locação pelo OLX, que eram pessoas de fora, então terminavam tendo muitas situações como essa. E o Airbnb ajudou a profissionalizar e ampliou muito mais essa questão de demanda”, explica.

Apesar do mercado aquecido, existem desafios para os proprietários e corretores, como manter o imóvel impecável, administrar check-in e check-out, controlar horários, lidar com a rotatividade e definir preços competitivos.

“Mesmo com esses desafios, essa modalidade costuma oferecer retorno acima de qualquer outra forma de locação tradicional, se o trabalho for bem feito”, acrescenta Samir.

Cuidado com golpes

O Creci-AL alerta os turistas sobre a importância de evitar golpes em plataformas digitais.

“Aonde há dinheiro, os golpistas ficam de olho. Muitas vezes roubam fotos de anúncios de colegas e criam falsos anúncios. Sempre procure fazer o negócio com corretores credenciados”, alerta Sérgio Cabral.

O site do conselho permite verificar a validade da carteira profissional do corretor antes de qualquer transação.