Comemorações
Maceió completa hoje 210 anos de história marcada por superação, avanços e desafios
PIB do município que tem no turismo seu carro-chefe registra crescimento de 4 vezes em menos de 20 anos


Maceió completa mais um ciclo nesta sexta-feira (5). São 210 anos de história que podem ser contadas em palavras e números. Com quase um milhão de habitantes, a capital alagoana apresenta uma infinidade de dados que, por mais frios que sejam, mostram que há beleza até nos números.
Uma terra fértil: de vegetação, animais e de gente. No Censo do IBGE de 1970, Maceió contava com 376.572 habitantes; hoje, abriga pelo menos 917.916 cidadãos, como informa o último levantamento do instituto. A população é equilibrada em termos de gênero, embora a balança penda um pouco mais para o lado das mulheres, que são 51,5% dos maceioenses.
Para a doutora em ciência política Luciana Santana, professora da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), os 210 anos de Maceió são mais que o suficientes para pôr cidade como um dos pontos mais buscados para ser visitado, seja por gente do Brasil ou de fora.
“Maceió completa 210 anos marcada por avanços importantes e desafios que refletem, de forma ampliada, a própria história urbana brasileira. Consolidada como um dos principais destinos turísticos do país e referência cultural no Nordeste”, diz Luciana.
Ainda de acordo com ela, é possível visualizar os avanços sem ofuscar os problemas que ainda persistem.
“O desenvolvimento não apagou os contrastes que estruturam o cotidiano da cidade. Se, por um lado, houve ampliação do acesso a serviços públicos, investimentos em infraestrutura e fortalecimento de agendas como mobilidade, cultura e planejamento urbano, por outro, persistem desigualdades profundas entre bairros, pressões ambientais e demandas sociais que desafiam a capacidade institucional do poder público”, afirma.
Um dos pontos a serem destacados é o recente desastre ambiental que mexeu com a cidade inteira. Toda essa mudança, desde migração forçada até a concentração de habitantes por bairro, obrigaram uma maturação política, que exigiu dos governantes ações rápidas que pudessem adaptar a capital alagoana à sua nova realidade.
“Os últimos anos tornaram Maceió mais protagonista nas decisões políticas regionais, sobretudo diante da tragédia ambiental causada pela mineração, que reposicionou o debate sobre território, reparação e futuro”, comenta Luciana.
Em meio aos percalços, Maceió continuou se desenvolvendo. Segundo dados governamentais, em 2005, a capital alagoana tinha R$ 6,1 bilhões em Produto Interno Bruto. Alguns anos depois, em 2021, o PIB deu um salto para R$ 27,48 bilhões, um crescimento nominal de mais de 4 vezes em 16 anos.
Por enquanto, o carro-chefe da cidade é o turismo, área que mais se destaca economicamente. No entanto, há margem para desenvolvimento em outros setores.
“Economicamente, Maceió vive um momento de transição. O turismo permanece como âncora, mas cresce a percepção de que a cidade precisa diversificar matrizes produtivas, estimulando setores como economia criativa, tecnologia e logística portuária”, diz a cientista.
