Fisco
Isenção de IR vai injetar R$ 78,2 milhões na economia de Alagoas em 2026
Estudo da Sudene estima que mensalmente serão despejados R$ 5,8 milhões no estado


A isenção do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) para quem ganha até R$ 5 mil deve injetar R$ 78,2 milhões por ano em Alagoas a partir de 2026, quando começa a valer os efeitos da Lei nº 15.250/2025, sancionada no dia 26 de novembro pelo presidente Luís Inácio Lula da Silva.
A estimativa é da unidade de Estudos e Pesquisas da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), que leva em conta também os descontos previstos na lei para quem recebe até R$ 7.350.
De acordo com o levantamento, a estimativa de desconto mensal em Alagoas é de R$ 5,8 milhões. Em Alagoas, 42,8 mil trabalhadores com vínculos formais ganham entre R$ 3,03 mil e R$ 5 mil - portanto dentro da faixa de isenção. Além disso, outros 11.450 estão na faixa que recebem até R$ 7.350, ou seja, que terão direito a desconto no Imposto de Renda.
O montante invejetado na economia de Alagoas a partir de 2026 corresponde a 4,65% do R$ 1,7 bilhão que será despejado em todo o Nordeste, segundo o levantamento da Sudene. O valor corresponde a cerca de 7% da renúncia fiscal nacional projetada pelo Governo Federal, que soma R$ 25,8 bilhões.
O estudo indica que a isenção para trabalhadores que recebem até R$ 5 mil, aliada aos descontos aplicados à faixa entre R$ 5 mil e R$ 7.350, deve ampliar a renda disponível no Nordeste em aproximadamente R$ 126,7 milhões por mês. Bahia (31,47%), Pernambuco (21,06%) e Ceará (16,02%) respondem por 68,55% desse total mensal. Na sequência aparecem Maranhão (8,60%), Rio Grande do Norte (5,79%), Paraíba (5,09%), Alagoas (4,65%), Piauí (3,71%) e Sergipe (3,61%). Em valores absolutos, os acréscimos mensais variam de cerca de R$ 5 milhões em Sergipe e Piauí, passando para a faixa de R$ 6 a 11 milhões em Alagoas, Paraíba, Rio Grande do Norte e Maranhão. No Ceará, a estimativa é de R$ 20 milhões, quase R$ 27 milhões em Pernambuco e de aproximadamente R$ 40 milhões na Bahia.
Para o superintendente da Sudene, Francisco Alexandre, a medida demonstra o compromisso do Governo Federal com o aumento do poder de compra das famílias e com a atividade econômica do Nordeste. “A ampliação da isenção do imposto de renda cria condições reais para que mais trabalhadores movimentem o comércio, estimulem a produção e fortaleçam a economia regional”, analisou o gestor.
A análise projeta que o efeito anual para a região aproxima-se de R$ 2 bilhões. Mesmo abaixo desse teto, a Sudene destaca que a medida tem forte impacto multiplicador, por incidir diretamente sobre famílias com alta propensão ao consumo. um vetor importante para dinamizar a economia local.
“Os consumidores podem optar por fazer uma feira maior, por exemplo, adicionando itens que não costumavam adquirir antes. Ou direcionar para a aquisição de outros bens como roupas, calçados e até eletrodomésticos. Por outro lado, o estímulo gerado pela renda extra pode fazer até com que as empresas tomem mais empréstimos para expandir a produção”, comenta o economista da Sudene, Miguel Vieira.
