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Cana-de-açúcar

Grupo EQM anuncia arrendamento de terras da Laginha

Perspectiva é iniciar produção de cana-de-açúcar no início de 2026

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A Usina Laginha Agroindustrial - parte do antigo Grupo João Lyra - decretou falência em 2012
A Usina Laginha Agroindustrial - parte do antigo Grupo João Lyra - decretou falência em 2012 | Foto: — Foto: Ailton Cruz

O Grupo EQM, um dos conglomerados empresariais mais influentes do Nordeste, anunciou na quarta-feira (17) o arrendamento de 5.240 hectares da extinta Usina Laginha, localizada no município de União dos Palmares. O grupo, que já controla Usina Utinga Leão, em Rio Largo, pretende iniciar o plantio a partir do primeiro semestre de 2026, com a distribuição de 300 hectares de sementeira.

A assinatura do arrendamento - que valerá por 17 anos - foi feita pelo presidente do Grupo EQM, Eduardo Queiroz Monteiro, Armando Lemos Wallach, administrador judicial da Massa Falida da Laginha, e Guilherme Lyra, representando os herdeiros do industrial João Lyra, falecido em agosto de 2021 e proprietário da Laginha.

Na quarta-feira, o empresário Eduardo Queiroz esteve visitando as terras onde será plantada a cana-de-açúcar, cuja moagem e processamento serão feitos na Utinga Leão, pertencente ao grupo.

Segundo o presidente do EQM, a ideia é expandir o arrendamento para parte dos 13 mil hectares da Laginha - a maioria deles ocupada atualmente por trabalhadores rurais sem terra.

"Estamos muito felizes por uma série de fatores, entre eles a possibilidade de geração de emprego e renda na região. Estamos negociando com assentamentos uma área de plantio e uma área para os movimentos sociais, para encontrarmos um ponto pacífico para ambos", destacou.

Eduardo Queiroz informou ainda que a previsão é gerar cerca de mil novos postos de trabalho na região de União dos Palmares, quando a produção estiver no auge. "Recebi de Guilherme [Lyra] a recomendação de recrutar a mão de obra em União dos Palmares. Eles estão convencidos de que o melhor programa social é gerar emprego e renda na região”, disse.

Neste primeiro momento, a moagem será feita na usina Utinga Leão, que conta com um parque industrial moderno. A indústria é uma das três unidades do Grupo EQM - as outras duas são a Usina Cucaú, em Pernambuco, e a Estivas, no Rio Grande do Norte.

“Desde que o Grupo EQM veio para cá, tem feito investimentos pontuais e bem assertivos para melhorar o nosso processo. Dentre os principais e mais recentes, está o projeto de limpeza da cana seca. Tiramos toda a água de lavagem de cana, porque havia uma perda grande no processo. E assumimos o desafio de fazer essa limpeza seca com um consultor que já tem esse projeto concebido em outras unidades”, informou Alexandre Medeiros, gerente Industrial da Usina Utinga.

Ele conta que a usina tem capacidade de produzir 8.500 toneladas de açúcar por dia, com uma produção diária de 21 mil sacos. "Temos refinaria também, com a capacidade de 8.000 sacos por dia. E de 400 mil litros de etanol hidratado e 200 mil de anidro diários.

Retomada

A Usina Laginha Agroindustrial - parte do antigo Grupo João Lyra - decretou falência em 2012, resultando em um longo processo judicial envolvendo dívidas trabalhistas e disputas com credores, com pagamentos lentos e tentativas de retomada da produção por arrendamento

A expectativa é que até o próximo ano os herdeiros do empresário João Lyra retomem o controle das três usinas de açúcar e álcool pertencentes ao grupo Laginha em Alagoas. A massa falida do conglomerado pagou aproximadamente R$ 2 bilhões, praticamente quitando débitos trabalhistas e tributos com estados e municípios de Alagoas e Minas Gerais.

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